Diletantismo filosófico VI
O ente é qualquer coisa física ou abstrata que existe. O ente é o sendo do ser-em-busca-de-si, que é forma e não forma, na reflexão que a nega. O sendo é acúmulo de ser que, na medida em que afirma a forma e flui, a nega, pois tem em si todas as formas. O sendo se dá pelo conjunto de formas de ser que se comunicam com a forma do ente, que é um momento, uma resistência, uma negação. A transformação nasce da afirmação do ser de outra forma que se origina desta negação. E esta nova forma, assim que instituída, já é negada. Aqui já podemos afirmar que, no sendo, a afirmação e a negação são concomitantes. O ser-em-busca-de-si é a consciência que se origina do ser negado. O sendo é o momento desta consciência que é um conjunto de reflexões, um conjunto de ciências que equaliza a abertura do ente.
A realidade é o conjunto dos entes e suas relações universais e particulares, que se expressam no sendo do ser-em-busca-de-si, que é abertura, pois engloba um conjunto de ciências derivadas do constante processo de negação e afirmação que o institui.
O ser-em-busca-de-si expressa-se no ente, que é um outro de si na afirmação do ser e na sua negação. O ente é sempre um outro que é para si, enquanto conjunto de reflexões e formas, e que também é para o outro no conjunto de ciências que define sua abertura.