CAPOEIRA ANGOLA EM BELÉM??? AONDE? AONDE?

Já por volta de 1980 no Rio levei ao pé da letra a música "Iaiá, Ioiô, onde tiver Capoeira, me chama que eu vou!"

Comecei visitando as Rodas do Grupo Senzala em Copacabana e depois as Rodas em São Cristovão, Quinta da Boa Vista, Rodoviária de Nova Iguaçu, o Poeira em Padre Miguel, o Pantera na Tijuca e o mestre Gilberto na Barra.

De 1980 a 83 praticamente não vi Angola (em Nova Iguaçu era mais Angola), embora no mestre Poeira o jogo fosse mais em baixo. Me lembro de 2 garotos visitarem a Roda de mestre Toni e gingarem a Ginga Dobrada feita na época pelo Baiano Anzol.

Angola joguei com mestre Toni mas estranhamente em todos os lugares do Rio, 90 por cento das Rodas era com São Bento Grande de Angola.

Então, para não dizer que não vi Capoeira Angola de 1980 até 83, pintou um evento do Neco no bairro do Leme e fui. Possivelmente e provavelmente era, além das Rodas de Nova Iguaçu e Caxias, um dos únicos lugares do Rio aonde se jogava Angola, com certeza!

Cheguei, a Roda ainda não tinha começado e vi o Moraes e mais 2 desconhecidos para mim, um deles de cabelos encaracolados e aloirados, fazia "aquecimento", demonstrando uma agilidade e velocidade impressionantes (possivelmente seria o Braga, hoje).

De repente o Moraes se empolga e dá uma super-rasteira com seu sapato preto bico Spnelli, que me fez pensar:

'Essa derruba o "Camisa"!

Embora sendo fã do Neco, não me sentia à vontade e fiquei só olhando! Notei que o Toni parecia sentir a mesma coisa, e vi, ouvi o Moraes tocando diferente dos outros.

Estranhamente minha memória apagou todos os jogos, embora minha expectativa de ver Toni, Neco ou Moraes jogando fosse grande.

Cheguei em Belém em 1984 e aqui na Cidade Nova em 1986. Em 87 já estava envolvido com o grupo Berimbau de Ouro!

Lá tive a oportunidade de ver, conhecer o famoso "Paulo Angola", que de Angola não tinha Nada!

Nas Rodas em que participei, seja em ruas ou academias, quando se tocava Angola apenas se desacelerava o jogo usual.

Na minha opinião, quem deu o pontapé inicial foi o mestre "Magrelo", embora já se falasse no mestre Índio", que pude confirmar muitos anos depois.

Na UFPA um tal Figueiredo se interessou pelo tema (1993?), seguido anos depois por outros mais. Então, para vestir a camisa de Angoleiro mesmo em 1993/94, só Bira (Rasta) do Marajó, João Mineiro, (vulgo Pêlo) mestre Ìndio e o "Carimbó".

Tomei um susto quando vi na Internet que o representante nacional para a ABCA no Pará era... o Divanei!

Anos depois o Nilton (do China) mergulhou de cabeça no estilo e hoje lá (no Bairro da Guanabara) é um lugar aonde se joga Angola.

A bem da verdade até 1983 no Rio (talvez Mestre Poeira além do Neco) e 1994 em Belém, Professor de Angola, só Angola, pelo que eu sei só Bira Rasta e Mestre Índio em algum lugar do Pará!

Digo isso porque possivelmente até essa data (ainda???) vigorava o dogma de que angoleiro não batiza ou participa de Batizados!

Então ficou-me/fica a dúvida:

Se todo mundo jogava a outra no toque de São Bento Grande de Angola, como o legítimo Angoleiro joga no mesmo toque???

Link do texto com fotos

http://www.overmundo.com.br/banco/capoeira-angola-em-belem-aonde-aonde

Boletim da CPPA com nota sobre o Bira na Síria:

http://www.cppa.com.br/attachments/File/Boletim_Eletronico_CPPA/Boletim_Eletronico_CPPA_3_EDI__AO_Maio_09_-_versao_pdf.pdf