A MALDIÇÃO DA HOLANDA: MORRER NA PRAIA
A Holanda é um país que na históra do futebol não parece ter a mesma sorte que a nação Holanda teve. Como sabemos no século XVI foi ex-colônia da Espanha e durante a União Ibérica (1580-1640) já independente das garras do Império Espanhol e para se vingar, pois a Espanha impedia sua ex-colônia de participar do negócio açucareiro, em parte financiados por capitais batavos, os holandeses invadiram o nordeste brasileiro. Acabaram sendo expulsos através de batalhas memoráveis que reuniram pela primeira vez, nativos e portugueses, e revolou nosso primeiro anti-hói: Calabar, numa guerra de reconquista que culminou com a sua expulsão definitiva das terras lusas da América. A despeito de sua presença ter sido relativamente breve em termos históricos, ela foi exitosa, a cidade do Recife floresceu como "nunca antes", utilizando-me aqui de um termo de Lula, a capital pernambucana ainda tem vestígios da época em que se chamava Mauritzstäden, ou Cidade Mauricia, com suas pontes e aquedutos e construções ainda hoje em pé, erguidas pelo conde Mauricio de Nassau, o esclarecido governador do "brasil holandês". Há também traços imateriais, é o caso dos chamados "galegos de olhos azuis" muito comum no Nordeste e de nomes como Wanderley, Vanusa, Vanderlan, Valdec, Vando. Outra herança deixada foi a construção da primeira sinagoga de todas as Américas, fundada por judeus holandeses de ascendência portuguesa e espanhola. Como se sabe, os judeus foram expulsos da Península Ibérica, durante a Contra Reforma levada à cabo pelo fervor dos "torquemadas" ibéricos e que acabaram por se exilar em Amsterdã, a tolerante capital dos Paises Baixos, e logo vieram para o Brasil holandês, atraídos pelos negócios do açúcar, o "ouro branco". Famílias judaícas como os "Cardozo" Cardozo com "Z" , foram pioneiras na propagação do judaísmo no Brasil e em toda a América. Quando os holandeses foram expulsos definitivamente daqui, os sefarditas ibéricos emigraram para os EUA e lá fundaram a primeira sinagoga em terras americanas, em Nova Amsterdã, hoje Nova Iorque. Bom, Os Países Baixos foram uma potência colonial e sempre tiveram fama de tolerantes, bons comerciantes, e de ser um povo aberto ao mundo, e assim atravessaram os séculos, até a emergência do nazismo, quando o pais foi invadido pelas hordas nazista. No pós-guerra a pequena nação cresceu e prosperou e hoje, ao lado da Alemanha é uma das locomotivas da Europa. Com um território equivalente ao do estado do Rio de Janeiro e com uma população de pouco mais do que 16 milhões de Habitantes, o país de Van Gogh tem um PIB invejável de quase USS 800 bilhões! é uma das economias mais robustas da combalida Europa. Mas vamos deixar de lado a História, sou historiador e o que faz um historiador senão contar histórias? quero dizer, deixar a história dos fatos e acontecimentos, a tal da "Historia" , para adentrar na "história" do futebol que obedece a outra lógica. O Brasil, por exemplo, é uma potência no futebol, mas na realidade não é potencia de nada e tem um peso somente potencial no mundo, ainda não disse ao que veio, parece ainda adormecer em berço nem tão explêndido, quero dizer, dorme e acorda sob o signo da corrupção, da safadeza e da violência. Quanto a Holanda, foi uma das potências emergentes do futebol na década de 70, como é hoje a Espanha. O futebol holandês era o paradigma do futebol; termos como “Laranja Mecânica”, "Carrossel Holandês" remetiam a força tática e técnica dessa seleção que encantou o mundo e ainda encanta, liderados pelo lendário Johan Cruijff que na copa de 1974 deixou o mundo boquiaberto com o jogo ágil, poderoso e que se de fato a lógica do favoritismo prevalecesse no futebol, seria a campeã daquela copa. Mas infelizmente na lógica do futebol nem sempre o melhor time leva a melhor, hoje, por exemplo, o México foi melhor do que a Holanda o tempo todo, mas por ter recuado diante do placar de 1 x 0, e convicto de que passaria para a fase seguinte do certame, tomou dois gols, faltando 8 minutos para acabar o jogo, quando todos já davam por certo a derrota dos laranjas. A despeito de ser um time de "chegada" sendo finalistas das copas de 1974, 1978 e 2010, a Holanda foi derrotada pela Alemanha em 1974, pela Argentina em 1978 e pela Espanha em 2010. Parece ser uma sina, um destino, uma ironia do futebol, de não deixar essa seleção consagrada, sem ter obtido um titulo mundial, e de não provar do gostinho de ser campeã de uma Copa do Mundo; ela sempre morre na praia... e amarga o vice-campeonato e como vice não serve para nada, que o diga Michel Temer, quer dizer serve para conseguir um tempinho de TV e manter os privilégios do seu partido, só se houve falar dos campeões e assim a Holanda, exitosa como país acaba morrendo na praia no mundo do futebol, como alias morreram inúmeros holandeses quando da sua expulsão do Brasil, diz-se que as areias das prais de Olinda e do Recife se cingiram não de laranja mas de vermelho do sangue batavo...