Esporte, Competição e Apostas (ECA)
Nos últimos tempos temos nos deparado com inúmeros escândalos no universo do esporte. Desde escândalos que envolvem licitações para usufruir dos estádios construídos para a copa do mundo, escarceis envolvendo o Ministro dos Esportes e os programas sociais ligados a ele. Mas nas últimas semanas a problemática dos sites de apostas que têm regido e cravado os resultados de jogos dos mais diversos esportes é algo que tem chamado à atenção.
Num passado recente, no Brasil, tivemos a “máfia do apito”, que tinha como “cabeça” o árbitro Edilson Pereira de Carvalho que manipulava os resultados dos jogos do campeonato brasileiro. Algumas denúncias têm surgido nessa direção ainda, só que agora com novos personagens. O futebol tem sido campeão nesses escândalos de manipulação de resultados por meio de sites de apostas. Isso não é privilégio de nós brasileiros, a Europa está recheada destas falcatruas.
Todos sabem que o esporte de alto rendimento ou profissional, movimenta muito dinheiro e isso é extremamente atrativo para os desonestos. As competições esportivas, com sua gênese inglesa, ao menos no formato em que se encontram hoje, possibilitam ascensão aos que competem e agora também aos que investem.
A reflexão que precisamos fazer sobre esta temática é a seguinte: O esporte competitivo reflete valores de um determinado tipo de organização social, o Capitalismo. A seletividade, o poder de frustrar as pessoas pela ilusão de mudar de vida, a apropriação da força de trabalho dos atletas por parte de grandes empresas e empresários e consequentemente a exploração destes, isto tudo é reflexo de uma sociedade quem tem suas bases neste Sistema, no qual o lucro está acima de qualquer senso do que seja justo e humano. Em relação às apostas esportivas... Isto me preocupa bastante. O fato é que com as apostas, as manipulações de resultados, o esporte tem se tornado à única coisa que nunca foi: PREVISÍVEL! Digo a “única coisa” porque o esporte de alto rendimento já se tornou lucrativo, explorador, cruel e “anti-saúde”. No momento em que duas equipes entrarem em campo e não tiverem o único objetivo de vencer o adversário, o “Esporte Capitalista” terá caído numa cilada, a de que o poder competitivo foi esquecido e se tornou ineficaz. Mas ainda tenho outra teoria sobre o fato. Talvez este mesmo esporte tenha encontrado uma maneira mais eficaz de ser mais lucrativo ainda, mesmo perdendo a magia da vitória e da derrota. Chegamos ao estágio de especulação de resultados esportivos!