Uma viagem de bike pelo Nordeste – Piratas à vista!!!
No dia seguinte, segunda-feira, segundo dia de nossa temporada de férias, (a bem da verdade, o terceiro, já que o primeiro passamos sem dormir no Aeroporto de Guarulhos) acordamos bem cedo para caminhar pelas areias de Taperapuan. O Sol, ainda sem dar os ares de sua imensa graça, já começava a dardejar os seus raios por sobre as águas esverdeadas do Atlântico, fazendo, lá no fundo do horizonte, uma alegre confusão com o azul anilado do céu.
Depois de deixarmos nossas pegadas bem marcadas na praia em uma caminhada descontraída de alguns quilômetros, voltamos e fomos tomar o desjejum oferecido pelo hotel, já incluso no preço que havíamos pago. Nada de muito especial: uns pãezinhos de qualidade razoável, mamões, (que Eliana adora devorar!!!) abacaxis, bananas da terra fritas na manteiga, um chocolatezinho mixureba, ovos fritos e um bocado de coisa para quem gosta de se entupir – inclusive pizza logo pela manhã...
Terminado o café comercial do Bicho Grilo, pegamos nossas bikes e fomos para o centro de Porto Seguro, seguindo pela orla da praia num trajeto de aproximadamente oito quilômetros, em busca de uma oficina especializada para fazer os ajustes que se faziam necessários nelas: freios, câmbio e coisas assim. A maioria das pessoas que nos viu com as “meninas” ficou espantadíssima com o fato de as termos levado de avião, coisa que pouca gente tem feito. Nós fizemos... e foi uma das coisas mais certas que fizemos nessa nossa viagem! As bikes nos propiciaram liberdade de movimentos, agilidade para ir aonde quiséssemos e, embora não fosse um fator tão importante assim, muita economia.
Voltando ao tema da dita viagem: regulamos as bikes e saímos para um giro rápido pelas ruas do Centro Histórico de Porto Seguro, um agradável ajuntamento de casario antigo: algumas casinhas bem juntinhas, outras assobradadas e muitos telhados com beirais, (donde vem a expressão pejorativa: “sem eira e nem beira.”) e muito paralepípedo nas ruas!!! E, convém registrar, os danados causam um desconforto monstruoso no corpo da gente.
Terminamos o nosso primeiro giro pelas ruas de Porto Seguro, compramos mais água mineral para abastecer nossos recipientes, (Eliana porta uma garrafinha cor-de-rosa, toda elegante, e eu, claro, um cantil com a dona ferrugem já querendo reivindicar a parte que lhe cabe) e fomos atrás de um restaurante para almoçarmos.
Depois de algumas voltas, ainda desorientados na cidade, conseguimos encontrar o Pirata do Porto, um local onde havíamos saboreado um belo robalo na telha no Verão do ano passado. Bom. Depois de ficarmos séculos examinando o cardápio, sempre pregados na coluna da direita, acabamos optando por um dourado ao molho, um prato que convencíonamos ser leve, já que o calor havia ultrapassado os trinta graus centígrados de há muito. O pior foi constatarmos que o tal pirata nos serviu dourado de menos – uma porção merreca do pescado que mal deu para nós dois - e preço de mais.
Depois de sermos devidamente espoliados pela pirataria culinária de Porto Seguro, (eu ruminando as piores cenas de vingança contra aquele piratazinho uruguaio - o primeiro uruguaio de sotaque cearence que já topei em meu caminho - matreiro!!!) voltamos para nossa casa no Bicho Grilo. Passamos num mercadinho que fica bem próximo ao hotel, demos uma saudosa olhada na rua em que fica o lindo hotel que usufruímos no ano passado, (o oposto do Bicho Grilo, em se tratando de conforto) compramos algumas frutas e, de bolsos vazios e barriga cheia, fomos tirar o imprescindível cochilo daquele fim de tarde.
Férias é sempre essa dureza!!!