De Rainha da Sucata à Queen Elizabeth
Exagero a parte, embora o título possa não ser o retrato fidedigno de uma federação sucateada, contudo, representa o estereótipo do que temos, e nossa ‘álter expectativa’ acerca do porvir.
Democratizar as decisões no âmbito de uma entidade significa – sabemos - dividir responsabilidades. Logo, tanto o ônus quanto o bônus terão co-autorias, e tal condição participativa tem o condão de envolver, embora que em graus variados, a todos os participantes do projeto, de seu planejamento e de sua execução.
Se assim caminhar, como se nos mostra, a FCF, como entidade administradora do nosso futebol, além de principal componente indutor do nosso desenvolvimento nesta área, sem dúvida estaremos criando e envoltos em uma atmosfera neoprogressista, situação que repercutirá positivamente sobre o futebol cearense.
Evidentemente que nos referimos à administração do Presidente eleito, Mauro Carmélio, sobre a qual mantemos, por razões declaratórias do mesmo, uma expectativa das mais positivas. E, convenhamos, a mostra que temos já supera a circunscrição da ‘homeopatia’ e da ‘profilaxia’, enveredando pela orbe da ação reformista.
Temos conhecimento de algumas alterações em curso e de outras já implantadas, que dão a real dimensão do espírito reformista que tem atuado sobre nossa entidade de administração do futebol, a partir da maior e mais duradoura revolução que pode existir - que é a revolução das idéias - bancada pela reforma do caráter e pelo domínio do capital intelectual.
Para darmos caráter de objetividade ao que estamos a expor, mencionamos como a mais marcante das mudanças implementadas, a criação do Regulamento Geral das Competições da FCF, (RGC_FCF), a quem cabe a paternidade de uma miríade de ‘filhotes’, que açambarcarão muitas das necessidades de previsão de direitos que antes não eram contemplados, ora pela inexistência de textos legais reguladores, ora pelo pouco alcance da regulamentação aqui existente.
Filosoficamente, falarmos em instrumento jurídico perfeito seria uma precipitação, para não dizer presunção. Porém, é inegável que a obra em referência (o RGC_FCF) requereu fôlego e inspiração dos que a conceberam, razão pela qual nos congratulamos com os que sobre e por ela transpiraram.
Outro fator extremamente inspirador, e que reacende nossa melhor expectativa, é que a Justiça Desportiva do nosso Estado passa a se nutrir a se revigorar, com os textos dos novos e revisados instrumentos de promoção do direito ora criados e recriados, o que nos garante, com o acréscimo da crença nos homens que a representam (a Justiça Desportiva), relações mais transparentes, com maior legitimidade e equanimidade em suas decisões. Afinal, uma justiça desportiva confiável, é elemento indispensável para formatação de um produto futebol atraente e rentável.
Mais um aspecto digno de registro, é a coexistência da 1ª e 2ª divisões cearenses de futebol profissional, ou seja, competições com operacionalização simultâneas e mesma duração, o que provoca uma ampliação do mercado de trabalho, tanto para integrantes de comissões técnicas e demais funcionários das entidades de prática do futebol, bem como para atletas. Além disso, os integrantes das entidades de administração, como federação, e entidades de classe, como árbitros, também se beneficiarão em face da maior oferta de trabalho.
Tenho afirmado e reafirmado que esse ‘novo tempo’ precisa ser reconhecido, entendido, comemorado e repercutido. Para isso, é preciso também que, aqueles que ajudam a pensar nosso futebol, dêem conta da transição que nele se processa, e que todos possamos estimular esse ‘renascimento’ do futebol cearense.
Loa a quem faz da AÇÃO a sua ORAÇÃO!