Pluralidade Cultural e Educação (ps - e o SUS com isso?)
Muito se fala da nossa tão rica cultura.
A pluralidade cultural brasileira vem da nossa diversidade étnica e de toda a mescla que conforma a nossa população. Todo esse panorama cultural, que deriva da confrontação do colonizador português e dos outros imigrantes europeus que para cá vieram a conviver com nossos silvícolas e com os escravos africanos, muitas vezes com a miscigenação racial inevitável, traduz-se numa estrutura social que é única, tanto na diversidade cultural quanto na desigualdade da estratificação social. É importante atentar também para esse aspecto.
A decorrente multiplicidade da nossa cultura trouxe enormes desafios no plano social, no plano econômico e no plano da educação, pelo conjunto heterogêneo de manifestações intelectuais, religiosas e artísticas. É ainda recente a abertura para a discussão da pluralidade cultural pela pressão dos movimentos sociais.
Somente nas últimas duas décadas houve uma abertura. Assim é que atualmente consta do PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais – e da LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação – o conteúdo da compreensão e do reconhecimento da nossa pluralidade cultural. É na necessidade de valorizar as diversas culturas, que estão presentes no nosso país, que reside o desafio da educação.
E esse desafio não tem como ser tratado pela educação privada. O modelo de negócio simplesmente não permite, é incompatível com o capitalismo neoliberal. O Estado não pode se abster de dar tratamento à questão, não num país com as peculiaridades do Brasil recém expostas.
Será nas discussões nos campos da Sociologia da Educação e da Filosofia da Educação que teremos lugar para levar a efeito as manifestações da nossa diversidade, tanto no aspecto regional quanto no aspecto social, e ver aumentadas as suas considerações no plano escolar.
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E, enquanto finalizamos essa breve reflexão sobre a nossa educação, somos atropelados pelas notícias da privatização da nossa saúde no seu lado mais básico, mais necessitado do cuidado social. Com a mesma estratégia, vista em outros campos, de introduzir o assunto, em seguida negar e revogar, para depois, lá na frente, retornar com o pacote digerido. Socorro!