Pré-projeto Vozes

Introdução

Estamos avançando, apesar de todos os percalços e ameaças de retrocesso, sobre o século XXI. Mais do que um nome, temos um mundo em constante transformação tanto no sentido tecnológico quanto no das relações humanas. A complexidade das mudanças na produção e nas formas de interação entre pessoas exige a aprendizagem de novas formas de expressão individual e identidades.

Há uma demanda crescente dos nossos jovens por meios de expressão adequados ao enfrentamento de preconceitos e estigmas e qualquer forma de opressão que os impeça de serem eles mesmos e desenvolverem seus potenciais tanto profissionais quanto pessoais e afetivos.

Apesar dos aparentes retrocessos, em muitos lugares do mundo a intolerância, os preconceitos e a violência simbólica e física já não são normalizados, como vemos nas ondas de protestos contra o assassinato de George Floyd. Nosso país também se encontra em rankings lastimáveis quando se trata da violência de cunho racista, sexual, de gênero entre outras formas que a sociedade possui de inibir e esconder quem não se encaixa em certos padrões.

Vivemos em meio a alta tecnologia, que por sua abrangência e poder, esta transformando em menos de 10 anos o que antes levava séculos para deslumbrarmos. Destruição do meio ambiente, futuro do emprego, uma melhor distribuição de renda são desafios que serão enfrentados não meramente pela tecnologia, mas por mudanças de consciência – que não ocorrerá sem que a empatia e a diversidade sejam valorizadas e levadas a sério.

Diante do cenário, brevemente descrito, proponho a realização de um seminário, onde os alunos apresentarão os pensadores, lideranças e discussões relacionadas a minorias sociais. Temos no Brasil muitos autores que são pouco ou nada apresentados no currículo escolar, ou mesmo academicamente. São vozes das mulheres, negros, homossexuais, deficientes cujos os lugares muitas vezes não se encontram representados nas discussões acadêmicas ou nos currículos escolares.

Temos alunos negros, deficientes, homossexuais ou que sofrem algum tipo de discriminação. Não caberia à escola fazer conhecer a estes jovens como suas perspectivas e lutas são representadas e quais são aqueles que tem levantado a luta por mais direitos e inclusão em uma sociedade que ainda apresenta estatísticas lamentáveis sobre violência de vários tipos contra mulheres, homossexuais, negros.

Objetivos

Apresentar aos alunos o pensamento e as conquistas daqueles que tem representado a perspectiva cuja a voz ainda não se faz representar pelos meios acadêmicos, escolares ou da grande mídia.

Aprender a se representar por meio de outras vozes e lugares, onde é possível se ver e se pensar de formas mais construtivas ou adequadas às próprias buscas pessoais.

Refletir sobre outras perspectivas relacionadas ao combate às discriminações e seus efeitos sobre oportunidades de emprego, dignidade da pessoa humana e individualidade.

Papel da Escola

A escola não tem como dever substituir as lideranças ou subtrair a legitimidade daqueles que lutam por direitos e por uma sociedade mais justa. Cabe a escola criar o espaço para que os alunos conheçam estas discussões e legitimar como parte de suas práticas e objetivo a formação adequada para um mundo que demanda novas formas de relacionamento humano e compromisso social.

O engajamento dos professores é justamente no sentido de legitimarem pelo espaço escolar, posição, responsabilidade e conhecimento que possuem uma formação mais cidadã e tolerante que estes novos tempos exigem. Sob o risco de parecermos omissos aos olhos do futuro.

Meios

Seminário organizado pelos alunos e envolvidos, onde grupos de 5 a 7 alunos apresentarão um tema dentro da proposta geral. A apresentação deverá ser aberta para o debate e troca de experiências.

Ocorrerão em torno de dez apresentações, que deverão tratar das discussões, pensadores e representantes das lutas femininas, negras, de gênero, entre outras.

Plataformas digitais, tal como o Google Meet poderão ser utilizadas na apresentação.

Os Terceiros Anos foram escolhidos para este trabalho devido ao amadurecimento e experiência com tais discussões ao longo destes anos no Ensino Médio. As demais séries poderão participar, conforme interesse e planejamento dos envolvidos.

Sugestões de Referências Pedagógicas

Deixo abaixo links de artigos e vídeos que fundamentam as preocupações e objetivos aqui traçados neste pré-projeto:

“Discriminação e preconceito na Escola contemporânea”

https://humanas.blog.scielo.org/blog/2018/11/12/discriminacao-e-preconceito-na-escola-contemporanea/

O PAPEL DA ESCOLA NA DESCONSTRUÇÃO DO RACISMO, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO: A FOMENTAÇÃO PROFISSIONAL DOS EDUCADORES DA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL PRESIDENTE CASTELO BRANCO

https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/o-papel-escola-na-desconstrucao-racismo-preconceito.htm

As meninas estão mudando a escola

https://novaescola.org.br/conteudo/465/feminismo-genero-meninas-mudam-escola

Filósofa Djamila Ribeiro e o Lugar de Fala:

https://www.youtube.com/watch?v=AINEmjM4Ki4&t=85s

Wendel Alves Damasceno
Enviado por Wendel Alves Damasceno em 27/07/2020
Código do texto: T7018474
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