EDUCAÇÃO COM QUALIDADE

Já faz algumas décadas que a educação brasileira dá sinais de sua fragilidade, tanto pelos resultados de desempenho dos alunos, quanto pelas dificuldades de gestão, que incluem o descompasso dos projetos pedagógicos - em relação ao contexto de sociedade, e as deficiências na infraestrutura física e de materiais didáticos das escolas, notadamente, nas públicas.

Nesse tempo de pandemia, alguns sistemas de ensino tiveram que experimentar a oferta do ensino por meio remoto, despertando cada vez mais nos gestores educacionais, e na sociedade, a necessidade de que sejam repensadas as políticas de educação em vigor.

Entendo que há de se analisar, a partir das lições tiradas com essa experiência, novas perspectivas para a oferta e manutenção de uma educação com qualidade social. Não mais se deve discutir a existência de vagas, posto que já é um item vencido e, sim, quanto às modalidades de ensino, visto que os modelos adotados se mostram atrasados em relação aos avanços da sociedade.

Há experiências inovadoras em países como a Finlândia (e no nosso próprio país), quanto ao compromisso social com a qualidade do processo educacional. Com base nessas experiências é oportuno, portanto, repensar uma nova e efetiva política. Que o novo modelo possa rever projetos pedagógicos que contemplem múltiplas alternativas de apreensão do saber, assim como, espaços educativos que não se limitem apenas as escolas, e, essencialmente, o uso eficaz de recursos didáticos pedagógicos que contemplem o perfil das crianças e jovens da Era da Informação e do Conhecimento.

Nesse conjunto de mudanças necessárias, não se pode deixar de considerar as diferenças socioeconômica das famílias, os locais de moradia, a logística, o tempo de aprendizagem dos alunos nas suas respectivas etapas de ensino, com destaque para a importância da educação infantil e do ensino fundamental, as quais, respectivamente, são responsáveis pelo desenvolvimento integral da criança e pela formação básica.

Reconhece-se que houve avanços nas metodologias de ensino para alunos que necessitam de atendimento educacional especializado (AEE), no entanto, há que se garantir a efetiva participação das famílias, e da sociedade, no processo educativo e, o mais importante, a formação continuada dos professores.

Indiscutivelmente, será necessário rever as políticas educacionais em vigor, na perspectiva de que novos modelos de oferta de ensino, tanto presencial, quanto remoto, sirvam para garantir a qualidade social da educação, levando em consideração: as desigualdades socioeconômicas, o perfil das famílias quanto ao apoio no processo educativo, a indispensável articulação da educação com outras áreas estratégicas para o desenvolvimento social, tendo como exemplo, a cultura, o esporte, o lazer, o acesso à informação, as garantias individuais dos direitos dos cidadãos, etc.

Enfim, o desenvolvimento sustentável do nosso País exige uma educação de qualidade, que, a princípio, reduza os índices de analfabetismo, promova a efetiva inclusão social e potencialize o saber para as inovações tecnológicas exigidas pelo moderno mundo do trabalho, que se configura na sociedade do Conhecimento.
 
Ieda Chaves Freitas
Enviado por Ieda Chaves Freitas em 08/07/2020
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