A VALORIZAÇÃO DO “GESTOR ESCOLAR” NO PRESENTE!
Parafraseio, de início uma parte da Sentença de um singular Juiz de uma Comarca do vizinho Estado de Sergipe, que disse:
“Vivemos dias de verdadeira “Crise de Autoridade” na educação brasileira. Crise esta causada pelo sucateamento retro mencionado dos estamentos educacionais, onde a figura do Professor é relegada a um papel pouco expressivo na sociedade. Hoje, o professor é tido como uma pessoa que estudou muito e não chegou a lugar nenhum, quando não se diz coisa pior”( ELIEZER SIQUEIRA DE SOUSA JUNIOR – Juiz de Direito) (sic)
Houve um tempo, em que o professor era autoridade de fato e de direito na sala de aula. Era respeitado como tal, pois a sociedade depositava sobre seus ombros a expectativa de um futuro melhor para os mais novos. Possuía licença de Cátedra, liberdade para escolher o método, que houvesse por bem, para melhor alçar o espírito dos pupilos. Ensinar era um sacerdócio e uma recompensa. Hoje, parece um carma.
Trago a presente discussão para o limite da GESTÃO ESCOLAR, onde nós, professores investidos no outrora valorizado e reconhecido cargo de DIRETOR/Gestor, com os encargos de prestar contas de uma administração em uma Unidade de Ensino, onde, no meu caso, dediquei o tempo precioso pelo qual fui remunerado e o tempo que desfalquei do patrimônio da companhia, dos momentos de felicidades, problemas, angústias, amor, paixão e a dedicação exclusiva que tenho para com minha família em troca da “INCLUSÃO, INSERÇÃO, INDÍCES DE PPE, SAEPE, SAEB, IDEB IDEPE e PACTO PELA EDUCAÇÃO, etc., comigo acredito que todos que levantaram a bandeira compromissada com o cargo de Gestor, sofrem e vivem os mesmos “paradigmas da educação e para a educação”.
Tenho, igual aos outros companheiros e companheiras no cargo de Gestor, a sensibilidade de dizer, que fazemos ao máximo nossa parte, porém quiçá, pudéssemos dizer o mesmo do Sistema, que nos cobra, nos afronta, nos coage, nos condena, nos pune, dentre outros verbos que usa para nos tornar cada vez mais desesperados, decepcionados, inoperantes e ao final nos chamar de incompetentes por, acredito não fazer as suas funções, de DAR CONDIÇÕES de PESSOAL, FÍSICAS ESTRUTURAIS e FINANCEIRAS HÁBEIS, para que possamos desempenhar o papel pelo qual nos comprometemos.
A conta está desigual, não podemos ser cobrados pela ineficiência do Sistema Público de Ensino, salvo exceções em alguns Municípios deste vasto País, quando não adequa as Escolas que gerimos com pessoal, salas de aulas condizentes, espaços para acondicionar merenda, livros, instrumentos e equipamentos, cozinhas, quadras esportivas cobertas e equipadas (desculpe-me, já estou devaneando), dentre outros problemas que as equipes de monitoramento detectam, oficiam, comunicando tais condições, porém ficamos ao “DEUS dará” eternamente, enquanto nós, pagamos com os maiores encargos de dar perante a comunidade escolar, a competência de educar, dar conhecimento e inclusão, mostrar que nossos alunos tem futuro e são capazes apesar das adversidades na qual muitos vivem, tudo isto, tirada da ineficiência da POLÍTICA do Sistema Público (Federal, Estadual e Municipal) em fazer o seu papel.
Desculpem este professor que assumiu o encargo e hoje “o carma”, pensando em dar uma condição melhor à Escola e à Comunidade Escolar, que por ser muito carente, está contente e satisfeita com o pouco que conseguimos repassar para ela, com o mínimo que recebemos, pois o Sistema Educacional do País, está em débito para com a Nossas Escolas e para com as Nossas Comunidades Escolares.
Belo Jardim, 06 de junho de 2014.
Reeditado em 06 de junho de 2018.
Prof. Dr. Risonaldo Costa