PROFESSOR MEDIADOR E A JUSTIÇA RESTAURATIVA NA ESCOLA
PROFESSOR MEDIADOR E A JUSTIÇA RESTAURATIVA NA ESCOLA
Há muito tempo a sociedade vem passando por variáveis processos contínuos de mudanças, ao passo que vem se exigindo maiores estudos e mais performances na construção de metodologias que, ao mesmo tempo, instrua e forme cidadãos preparados para a vida e para o mercado de trabalho. Como também, que analise e proporcione uma interferência modeladora em prol de uma sociedade menos conflitivas e mais igualitária para todos, sem, contudo, não anular nem descaracterizar os direitos individuais das pessoas. Essas mudanças, hoje, esperadas e exigidas pela sociedade moderna passam inegavelmente pela caracterização de um conjunto de ações educativas que contemple, reafirmem e enalteçam a convivência da justiça restaurativa nas escolas.
Sem dúvida nenhuma essa é uma via propositiva que se abre para um novo pensar e um fazer escola menos centrada em expectativas de respostas prontas, em modelos dirigidos para reprodução dos mesmos e assimilação de caminho que se detenha a passados por conta de um futuro incerto, oscilante e duvidoso para muitos.
A alternativa do professor mediador, como agente facilitador da justiça restaurativa e ao mesmo tempo ouvidor e intermediador dos possíveis bloqueios interpostos entre o estudante e o saber clássico e formativo do indivíduo. Trata-se do mestre, ou orientador social que está inteiramente interessado nas problemáticas dos alunos. Não como dados de repúdio e reprovação ou índice para estatística. Mas como verdadeiras fontes para entender, compreender e munir-se de conhecimentos propícios para tratar o seu interlocutor a partir de suas vivências pessoas, sociais e ideológicas.
Partindo dessa ótica, nenhum problema deve ser visto, diagnosticado, analisado e concluído só a partir dele mesmo; ou em razão da proporção dos seus resultados. Mas sim, em consideração também suas possíveis fontes oriundas, ou influenciadoras de tais resultados. Posto que é impossível desassociar o indivíduo do seu contexto histórico-social, haja visto a sua vinculação com o passado e o presente da sua gente, que, a seu jeito, construíra sua história com ou não, certo déficit educacional. Deixando com isso uma lacuna para muitos dos seus progenitores, que, quando desassistidos e desestimulados; alguns terminam respondendo negativamente a proposta pedagógica de sala de aula em razão de não conseguir encontrar a conexão entre seu universo particular e os desafios dos estudos modelados para poucos.
O que lhe a aferirá, até certa forma, presumíveis desvios e desajustes comportamentais que geram relativos problemas de ordens de indisciplina, violência, evasão escola, reprovação, desatenção. Não obstante, dentro de uma margem possível de correção e redirecionamento educacional individualizado.
Em virtude de amenizar essas distorções prejudiciais, é que o professor-mediador, se coloca como uma segura chave para a interligação entre os desajustes comportamentais e a solidez do conhecimento. Portanto, é extremamente importante que professor mediador, além de saber ouvir o aluno e seus mundos; esse possa oportunizar ao estudante o direito de se autoanalisar enquanto cidadão fora e dentro do seu espaço estudantil, por meio de continuo diálogo. De maneira que o aluno se veja e se construa, nesse processo, como alguém altamente capaz de contribuir para si e para os outros, um ambiente de paz; assegurados pelo amor e o respeito aos valores e princípios éticos, morrais e familiares, calcados na cidadania solidária de todos para todos.
Claudionor Lima – Sociólogo