Educação e autoestima
Se algum dia chegarmos à elite mundial, como esperamos, certamente parte de nós – brasileiros – achará que o primeiro mundo não é mais o mesmo e que o governo – seja lá qual for – comprou nossa ascensão.
Não quero e não vou falar sobre política e partidarismos. Faz-se necessário um olhar crítico sobre nós – povo – que sai todos os dias para o trabalho, que cumpre suas obrigações legais e coopera significativamente para que este país tenha um lugar merecido ao sol. Não temos conseguido dar força à nossa voz. As vozes que ecoam não são, definitivamente – deste povo. Essa parte emudecida da população, diariamente faz um país digno, contribuindo com sua parte e indo além sempre que preciso. Não merece, portanto, ser achada com aqueles que xingam chefes de estado, vaiam hinos de outras nações, depredam bem público, encobrem o rosto e descaradamente dizem ser a esperança do país. É necessário mudar. É necessário replicar a atitude que vence as intempéries com alegria não-alienada, mas fortalecedora de bons atos, mantenedora de pés firmes e mãos imbatíveis na construção de dias melhores. É necessário educar para vencer.
O que por aqui começou errado desde o “achamento”, infelizmente não foi corrigido. Ainda acreditamos ser um povo incapaz e estranho. Esse olhar do colonizador impregnou-nos e os tempos de colonização fundamentaram em nós, atitudes de rebelião e desagregação entre povo e poder constituído. Fazemos questão de andar na contramão e perdemos o melhor de nós. Uns porque se fazem voz, outros porque emudecem. Ambos porque não veem em si mesmos o valor que têm.
Há que se dizer, em alta voz: podemos sim! Sem ufanismos, mas com a certeza de se estar constatando uma realidade.
A educação familiar e acadêmica precisa tomar consciência dessa mudança necessária e evidenciar o valor individual e conjunto desta nação. Basta de querermos ser iguais. Somos diferentes e nessas diferenças somos valorosos.
Temos educado para baixa autoestima, para o não-reconhecimento de nossos talentos e peculiaridades. Ora queremos ser europeus ora americanos. Somos quem somos. E quem somos mudará o presente e o futuro deste país.
É necessário educar o povo brasileiro a ser sobretudo quem ele é. A acreditar sempre que nós podemos.
Educação é atitude, equilíbrio e senso! Por isso é transformadora.