O jovem, a tecnologia e o conhecimento
As apresentações em PowerPoint nas salas de aula e o uso do computador na realização de pesquisas economizam tempo e tornam o aprendizado dinâmico; bem usada, a internet é fonte inesgotável de informações.
“O que as pessoas faziam na década de 80 e anteriores sem o computador, sem a internet? Não sei o que seria de mim se não fosse o Google”. A frase, dita por um aluno da rede pública, revela o modo de viver na atualidade, quando a informática dominou praticamente todas as atividades e de certa forma se apresenta como a ferramenta primeira quando o assunto é a procura por informações.
Os jovens, mais receptivos às inovações, com mais facilidade entendem os mecanismos da informática e dominam suas ferramentas. As novas tecnologias, assim, praticamente são a fonte primeira senão única do jovem no aprimoramento do seu aprendizado. Mesmo os que têm mais idade, embora encontrem alguma dificuldade, não conseguem ficar ao largo da modernidade e passam horas a fio diante da tela do PC, às vezes a trabalho, pesquisando, elaborando textos e gráficos; outras, navegando, sem compromisso.
O conhecimento hoje já não repousa necessariamente na prateleira das bibliotecas, nas páginas dos livros ou dentro das salas de aula. Antes, está a um clique do mouse. O avanço tecnológico experimentado de forma acelerada nas últimas duas décadas, principalmente, trouxe consigo essa nova concepção a respeito do significado do que seja “busca do conhecimento”.
Não são poucos os que trocam uma consulta aos livros por uma pesquisa no computador, mais rápida e prática, invariavelmente se utilizando do Google e enciclopédias eletrônicas como a Wikipédia. Em razão disso, muitos estão “aposentando” suas pesadas coleções Barsa, Delta-Larousse, Enciclopédia Britânica-Mirador, dentre outras, consideradas estorvo dentro de casa, tomando espaço.
Triste fim para essas fontes de consulta, que no passado não muito distante eram motivo de orgulho aos seus “felizes possuidores”. Os jovens já nem sabem o que significam. Nos sebos, elas encalham.
Mesmo a prática do ensino no país aderiu à nova era e a sala de informática está presente em quase todas as escolas. O Governo Federal prometeu um computador portátil a cada aluno e o programa só não foi implementado por entraves meramente burocráticos. A seu tempo, ele também será realidade. É um caminho sem volta.
Isso tudo é bom?
Muito se tem discutido a respeito da questão. Uns argumentam que a internet se tornou um celeiro de inutilidades pela quantidade de lixo que se lhe depositam a todo segundo. Verdade que textos de conteúdo moral e ideologicamente duvidosos e material pornográfico estão espalhados nas páginas eletrônicas. Mas os que defendem a rede mundial de computadores garantem que esses “senões” compõem o quadro plenamente democrático da universalidade da informação.
“Muita coisa boa há na rede, não é difícil de encontrá-la. Informações de qualidade já não são privilégios de poucos e estão ao alcance de qualquer um, bastando disposição para acessá-las”, garante Paulo Garcia Pinto, o Paulinho, 25, técnico de informática, webdesign e programador, ele mesmo aluno e usuário das ferramentas que produz.
Sites de relacionamentos, blogs, páginas de jornais e revistas, veículos de troca de comunicações instantâneas como o Twitter, Messenger e e-mails; locais para downloads de variadas modalidades de programas, gratuitos ou não, cursos diversos e cuidadosamente preparados, são o mínimo que a internet põe à disposição de seus usuários.
Já é possível até cursar uma faculdade utilizando-se do computador, sem a necessidade de sair de casa e com a devida certificação pelo Ministério de Educação e Cultura. Os EADs são a prova de que as novas tecnologias se tornaram parceiras indispensáveis para a sedimentação do saber, e os jovens, pela versatilidade em assimilar novos conhecimentos, estão integrados nessa modalidade de aprendizado calçado no aparato oferecido pela informática.
Não dá mais para dissociar as novas tecnologias da prática pedagógica moderna. O uso do datashow é realidade que facilita a vida de professores e alunos, substituindo a lousa, as anotações apressadas e por vezes equivocadas. E o melhor: poupando tempo.
“Havendo interesse, boa vontade, a informação e o conhecimento se revelam a cada clique. Tudo depende de como se utiliza o computador”, garante Paulinho.