Da renda fixa para a montagem da carteira diversificada.
Agora que você já é um investidor e tem a sua reserva de emergência montada ou quase totalmente montada. Sugiro ir planejando a sua carteira diversificada com ativos em renda variável.
Não posso fazer recomendações, mas posso mostrar o que os investidores fazem para o longo prazo que é o caso dos trabalhadores em geral que na sua atividade tem recebimentos de recursos em forma de salários por até 35 anos, até que vem a aposentadoria. No investimento em aplicações financeira o seu maior aliado é o prazo e no nosso caso de trabalhadores é a quantidade de tempo que nos falta para a aposentadoria. Esta é a melhor oportunidade que você tem para dar uma revira volta na sua vida. Se você não aproveitar esta oportunidade, pelo menos não serei omisso em alertar.
Agora um bom aviso, montar uma carteira diversificada com ativos variados de boa qualidade e acompanhados com certa frequência, com aportes frequentes e rebalanceamentos a cada mês vão lhe dar a garantia de ganhos com redução de riscos e muita segurança. O que tem de ser evitado são as armadilhas dos gananciosos que se transformam de investidores em especuladores e as vezes por ter acertado a mão numa operação de alto risco acabam transformando isso num vício desenfreado e acabam no fim ou extremamente ricos ou extremamente endividados.
Então vamos lá o que seria uma diversificação? Para mim a diversificação tem que ser geral em todos os tipos de ativos e em todos os subtipos. Exemplo, na renda fixa você pode ter CDB rentabilizado em DI, Tesouro direto em Selic, Tesouro Direto em IPCA entre outros.... No caso de ações ter empresas de diferentes setores, agronegócio, energia, saúde, seguros, bancos, indústria entre outros...
A minha carteira tem RF(renda fixa - que na essência são empréstimos à bancos e ao governo), AÇÕES(participação societária em empresas), ETF(exchange traded funds = conjunto de ativos), BDR(brazilian depositary receipts - recibos de ativos retidos no exterior), FII(fundos de investimentos imobiliários). São cinco tipos de ativos.
Os percentuais de cada ativo vão ser parte da característica da cada investidor. Pois todos os ativos tem seu próprio grau de risco. Sendo a renda fixa de tesouro direto o ativo de menor risco.
Vou falar um pouco de cada um destes ativos...
Renda fixa. São aplicações que se caracterizam por um empréstimo ao agente financeiro, aos bancos particulares em caso de CDBs e LCIs, LCAs e outros produtos oferecidos por eles. No caso do tesouro direto o agente financeiro é o banco central, isso quer dizer que comprando cotas de tesouro direto você está emprestando dinheiro ao governo brasileiro. Existem ainda em renda fixa as debentures que são empréstimos direto às empresas. O que você deve prestar atenção....verificar se há liquidez diária (significa que se você precisar do dinheiro num caso extraordinário pode solicitar resgate em qualquer dia útil), verificar se é garantido pelo FGC(fundo garantidor de crédito, que cobre seus investimentos nos bancos particulares até o limite de R$250000 - https://www.fgc.org.br/). Já no caso de tesouro direto o governo garante a recompra diária dos títulos.
AÇÕES, são cotas escrituradas de participação societária numa empresa, não é empréstimo, você será um sócio, portanto a empresa não tem nada a te devolver no futuro como é o caso de empréstimos. Mas você como detentor desta sociedade tem direitos na distribuição de lucros em forma de dividendos e juros sobre o capital. E se a empresa for bem administrada você verá valorização nestas participações que poderão ser negociadas à qualquer dia útil, obtendo seus recursos em conta na sua corretora em até dois dias úteis (isso caso você queira sair da sociedade).
ETF, são fundos que tendem a replicar algum índice que são conjunto ou carteira de ações. Exemplo o BOVA11 replica o índice ibobespa, o GOLD11 replica o valor do ouro, o IVVB11 replica o S&P 500 (índice da bolsa dos EEUU)
BDR, são recibos de ações americanas de propriedade de bancos brasileiros como Itaú, Bradesco e outros negociados na bolsa brasileira. É um produto novo baseado na ADRs negociadas nos EEUU. Até pouco tempo eram somente para investidores qualificados e desde outubro foi aberto também para os pequenos investidores.
FII, são fundos de investimentos em imóveis. É um ativo que tem características bem interessantes, porque esses fundos compram imóveis e os alugam repassando esses alugueis aos cotistas. Em média eles retornam cerca de 0,6% do valor da cota ao mês. Geralmente eles aplicam os recursos em imóveis de grande porte como sedes de transportadoras, frigoríficos, shopping centers, hotéis, entre muitos outros. Alguns destes fundos não possuem imóveis diretamente, mas sim participações em outros fundos, que os tem. O que o investidor precisa saber é quantos imóveis e se estes estão diversificados entre tipos, localização, vacância e quanto por cota retorna ao mês.
Todos estes ativos são negociados dentro do aplicativo da sua corretora, usando os recursos que você transfere via TED.
Agora qual o percentual devo ter na carteira de cada ativo destes. Isso é bem pessoal e esta escolha depende de aceitação de riscos em graus maiores ou menores. A renda fixa é de longe o menos arriscado, mas também o menos rentável. Os FIIs tem os lastros físicos dos imóveis adquiridos, mas porém sabemos como é difícil vender um quando precisamos. As ações dependem diretamente da atuação da empresa no mercado e no seu segmento. Os ETFs são conjunto ações portanto induzem aos mesmos riscos, idem para os BDR.
Um exemplo de carteira com risco baixo seria uma onde o percentual de RF fosse de 100%.
Mas dependendo do seu perfil de investidor poderia ser:
90% RF / 2,5% AÇÃO / 2,5% FII / 2,5% ETF / 2,5% BDR
Ou
80% RF / 5% AÇÃO / 5% FII / 5% ETF / 5% BDR
Ou
60% RF / 10% AÇÃO / 10% FII / 10% ETF / 10% BDR
Ou
40% RF / 15% AÇÃO / 15% FII / 15% ETF / 15% BDR
Ou qualquer outro percentual de sua preferência. Inclusive com percentuais zero em alguns deles caso você ache que ainda não é a hora para este ou aquele ativo.
Abraços, e bons investimentos!