Governo Bolsonaro aumentará a carga tributária

O programa econômico de Jair Bolsonaro (PSL-RJ), presidenciável favorito para ocupar o Palácio do Planalto em 2019, fala em "redução gradativa da carga tributária bruta brasileira". Há eleitores que creem que o "mito" irá reduzir os impostos. Este autor viu nas redes sociais um meme bolsonarista e maniqueísta que colocava o candidato do PT Fernando Haddad como aquele que irá aumentar a carga tributária.

O general Hamilton Mourão, vice do candidato neofascista, disse em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, há quase um mês (20/09), que pretendia reduzir a carga tributária a 22% do PIB (hoje é 32,5%).

Tudo não passa de propaganda demagógica, pois a carga tributária irá aumentar, não importa quem ganhe a eleição.

A condição em que o Brasil está e estará obriga essa prática. O país estará, em 2019, com déficit público primário (valor das despesas maior que o da receita sem levar em conta os gastos com juros) de R$ 132 bilhões, ou 1,8% do PIB, para o setor público (União, Estados e municípios e estatais federais), exceto Petrobras e Eletrobras. O rombo no governo federal será de R$ 139 bilhões, segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Reduzir os impostos significa arrecadar menos e por consequência não reverter o déficit tão cedo. Cortar gastos não será suficiente.

O aumento da carga tributária está incluso no pacote de reformas que visam auxiliar a reverter esse déficit. Uma bomba, entre outras, que cairá no colo do futuro presidente.

Paulo Guedes, o economista "Posto Ipiranga" de Bolsonaro, sabe disso. A proposta dele para reviver algo similar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) não foi por acaso. Embora o candidato tenha negado, não se descarta a possibilidade do retorno deste tipo de contribuição já em 2019.