Nasce uma estrela: A criação de uma empresa World Class

Dois dos maiores pecados que um homem pode cometer é a negligência ao uso da inteligência e o desperdício de tempo.

Sozinho já é lastimável, em grupo condenável.

Respeitando o livre-arbítrio, cada um pode levar a vida como quiser, desde que não prejudique o semelhante.

Tendo como foco as relações nas empresas, é pouco provável que as atitudes não gerem consequências, quer positivas ou negativas.

Ora, vamos nos ater a momentos em que esses fatores são altamente aproveitados e geram resultados surpreendentes.

Uma empresa apresentava dificuldades para melhorar o desempenho, então seus gestores aderiram a um plano de desenvolvimento organizacional.

A linha de ação era dar mais atenção para as pessoas do que para as técnicas, sem negligenciá-las, por uma razão muito simples: são as pessoas que as fazem funcionar.

Plano estudado, debates efetuados, compromissos obtidos, equipes formadas, tarefas divididas, autoridades delegadas, pessoas empossadas, a palavra do presidente foi a de um diretor de cinema: ação!

Um ano e meio, dezoito meses de trabalho, um balanço impressionante!

A carteira de clientes, em número de clientes, cresceu 30%.

A quantidade de clientes que efetuam reposições mensais dobrou.

O faturamento cresceu devido reposições mais frequentes, pedidos com maior variedade de itens, preços médios maiores e redução dos descontos.

O reestudo das áreas de vendas, o posicionamento adequado da equipe de representantes comerciais e o plano de comunicação abriram portas que até aquele momento sequer eram notadas.

Na área fabril, o índice de defeitos que consumia boa parte dos lucros caiu de 7% para 3%.

A palavra de ordem se tornou: “Prontidão”.

Uma palavra estranha?

Foi escolhida por essa razão.

As pessoas acreditavam que teria que existir algo que destacasse o fato: “Prontos para ação”.

Eliminar o desperdício era o foco. Para isso é importante fazer bem feito na primeira vez.

O controle de estoque tem sido rigoroso e a sintonia com o PPCP permite adequá-lo para atendimento às necessidades.

Neste ponto estão bem sintonizadas as equipes das áreas fabril, materiais e financeira.

Abordando administração e finanças, os responsáveis pela apuração dos custos industriais estão muito mais “ligados” às questões de planejamento.

Apurar custos depois do desastre permite apenas avaliar a dimensão da tragédia. Prevenção é requisito básico, portanto planejamento bem feito é fundamental.

A previsão de caixa, que conta com a participação de pessoas das diversas áreas envolvidas, deixou de ser uma atribuição apenas da tesouraria.

O desvio, quando comparados os números projetados com os reais, não ultrapassa 5%, o que mostra o grau de conhecimento e assertividade nas previsões, planejamento e execução.

Um controle sem tantas atribulações permitiu explorações mais bem feitas de oportunidades financeiras e as taxas bancárias foram reduzidas consideravelmente.

A queda da inadimplência, provocada por erros e envio de boletos atrasados, foi significativa. Com atenção diária nos recebimentos e contatos de cobrança, os atrasos foram reduzidos em 70%.

O custo com logística sofreu redução devido a um aprimoramento na programação da produção, que permite o atendimento de pedidos com menores fracionamentos.

A rotatividade de pessoal caiu consideravelmente, permitindo à empresa manter a dinâmica, consistência de sistema e forma de trabalho.

O uso do ERP cresceu consideravelmente. Estima-se que não chegava a 45%, hoje podemos dizer que 70% dos recursos são explorados.

Outro aspecto interessante é que não se fala mais em relatórios, mas em análises. Isso provocou uma mudança de comportamento. Nada é impresso sem que rigorosamente seja examinado.

As informações fluem com mais facilidade devido ao domínio que as pessoas têm destas.

Há um forte sentimento de propriedade. A empresa é de todos, enquanto estiverem lá.

A percepção de que o trabalho em grupo gera maiores e melhores frutos tirou pesos enormes dos ombros de pessoas que viviam sobrecarregadas.

O aspecto mais delicado nesse processo, que necessitou cuidadoso trabalho, foi o sentimento de perda de poder.

Ser membro de um grupo significa abrir mão de alguns privilégios, como exclusividade. Por exemplo: Aquele funcionário trabalha só para mim. Faz apenas o que eu ordeno!

Grupos demandam adição de competências e isso pode significar o envolvimento daquele colaborador.

Grupos executam, mas cobram resultados. Isso pode significar maior pressão exercida por pessoas que não estão necessariamente em posição imediatamente superior de comando.

Em uma conversa informal, alguns gerentes comentavam com o presidente que agora que avanços consideráveis haviam sido obtidos tudo parecia fácil e não havia razões aparentes para tantas dificuldades no passado.

Este ouviu com atenção os comentários e disse: - Esse é um ponto no qual tenho grande preocupação e atenção. Nunca conseguiremos listar todos os aspectos que nos impediam de ter sucesso, mas posso dizer sem medo de errar que a implementação de grupos de trabalho foi determinante. Demoramos um pouco para que as pessoas absorvessem o conceito, mas para mim está claro quando os resultados significativos começaram a aparecer. Sei que, com o tempo, perderemos pessoas importantes, afinal acabarão aceitando propostas no mercado e essa reposição tem que ser bem feita. Descobrir e desenvolver talentos têm que ser nossa prioridade. Já tínhamos testado várias técnicas, tivemos alguns avanços, mas estes foram momentâneos. Com o tempo o processo sempre perdeu força. O que vocês conseguiram, nesta nova fase, é espetacular, mas a manutenção dessa situação não está garantida.

Um dos gerentes disse: - Sim, porque os concorrentes irão nos copiar.

Resolvi, então, defender um ponto que diferencia consideravelmente as empresas e que tenho tratado bastante com o gestor maior.

Os concorrentes podem copiar muitas coisas, menos atitude, comprometimento, adesão em massa a uma idéia. O sucesso dos grupos de trabalho, na organização, está repleto desses componentes.

Essas qualidades são notadas pelos clientes, pelas pessoas que visitam a empresa.

Ao ter conhecimento que eu estava envolvido no processo me perguntavam que programa estávamos implantando, pois a mudança era nítida.

Chegaram a nos perguntar onde e como selecionamos e treinamos a recepcionista e a telefonista. Eram aspectos que chamavam muito a atenção de quem fazia contato com a empresa.

Há muito para se fazer, esse é um processo que não tem fim.

Os gestores correm sim o risco de tomarem decisões erradas, de não conseguirem os resultados esperados, mas não será por falta de fontes de consulta e comprometimento da equipe, se assim o quiserem.

Não há garantias que o processo em algum momento não se deteriore, contudo, enquanto mantiverem o conceito de trabalho em grupo, a determinação e o firme propósito de hoje, as chances são pequenas.

A excelência de uma organização depende exclusivamente de sua excelência “O Homem”.

O homem que sabe, quer e faz!

E faz com que tenhamos empresas World Class!

Ivan Postigo

Diretor de Gestão Empresarial

Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas

Free e-book: Prospecção de clientes e de oportunidades de negócios

Postigo Consultoria Comunicação e Gestão

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É lá que você viverá todos os dias de sua vida

Ivan Postigo
Enviado por Ivan Postigo em 30/03/2012
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