A saga da saiga
Se não sabes o que é saiga estás no mesmo barco que eu. Acabei de ler um pouco de sua história, agora inglória, e, como vi, até me comovi. Tudo no google. Trata-se de um antílope remanescente na Ásia Central, que se localiza em três regiões distintas do Cazaquistão e duas outras da Mongólia.
No passado estima-se que já chegou a viver até nas ilhas britânicas, muito antes até do Newcastle ser campeão da primeira divisão de futebol da Inglaterra. E consta também que chegou ao território do novo mundo, antes também de Colombo.
Chamo esse animalzinho de a saiga, mas para o google e toda a torcida do Flamengo, a denominação genérica saiga teria forma masculina. O saiga?
Vou de a, em nome do estilo e da teimosia.
E a saiga foi descrita na antiguidade pelo filósofo Estrabão, grego, que foi até contemporâneo de Jesus. Mas Estrabão preferiu descrever a saiga, em grego chamada kolos, um animal cujo tamanho se situa entre o de um veado a um bode. Sua característica mais notável é o nariz que faz lembrar uma trombinha atrofiada de um elefante, cheio de rugosidades, e despertador de curiosidades.
Chega de descrição: a saiga tá em processo rápido de extinção. Com seus chifres valendo um dinheirão. Sempre para os chineses que em seu pó vêem a panacéia pra todo tipo de moléstia. Do coração à ereção. Ou vice-versa.
Mas o que agora persegue as saigas é mais letal. Uma bactéria, coisa mais séria. Que derruba indiscriminadamente chifrudos e até seus miúdos. Como uma devastação impiedosa, daquelas que assolou Canudos. Maio deste ano foi uma hecatombe, aparentemente quando a bactéria dizimou com força, feito aquelas pragas da antiguidade em que o próprio Criador intervinha com aquela cólera que só ele tinha. E sua elitinha é que se salvava.