Casarões e palacetes antigos
Quando se fala ou vemos vídeos e fotos de casarões e palacetes antigos logo vem a mente a sua restauração e preservação.
São construções seculares com arquiteturas bem elaboradas e ricamente decoradas que evocam lembranças de tradições familiares, culturais e históricas.
Vejo muitas pessoas culpando proprietários, autoridade e governos pelo desleixo e abandono dessas relíquias, a céu aberto, cuja grande maioria está literalmente caindo aos pedaços.
Como sou contra investir dinheiro, muito dinheiro, na restauração e manutenção dessas velharias, sem utilidade, concordo que se o proprietário não pode ou não tem interesse na preservação deve mesmo deixa-lo apodrecer.
Muitos vão ponderar que os governos deveriam “tombar” o imóvel para garantir a sua preservação. Mas sabemos que isso é quase impossível.
Primeiro porque são milhares de imóveis nessas condições e a metade deles se encontra em áreas rurais, de difícil acesso, as Antigas Fazendas com casa grande e senzalas.
Além disso, o tombamento, pelos órgãos de preservação do patrimônio histórico, impede que se venda, faça alterações nas características originais das edificações e ainda obriga o proprietário a fazer a sua manutenção.
Assim, quando acontece um “tombamento” arbitrário pelos governos, o proprietário, para se livrar da custosa manutenção e do impedimento da venda, ateia fogo no prédio ou provoca seu desmoronamento, como aconteceu com a Mansão dos Matarazzo, e depois vende o terreno.
Como não sou radical, recomento que a preservação da memória desses patrimônios seja feita de forma virtual por uma equipe de profissionais de filmagens que registre em vídeo, com descrição oral, os detalhes, externa e internamente, das construções que se queira preservar para a posteridade.
Depois disso, deve-se editar o histórico do imóvel, com o endereço e localização no tempo, nome do proprietário, data da construção, construtores e arquitetos, famílias que moraram no imóvel, acontecimentos marcantes que se deram no local, etc.
Agora é só leiloar os objetos de decoração, os lustres, arandelas, móveis, ainda existentes, retirar as aberturas e demais partes de madeira nobre para reaproveitamento e limpar o terreno para uma nova utilização.