Como responder quem exalta a Ditadura e diminui professores?

Tem coisas que ouvimos, não aceitamos, achamos até um absurdo e ofensivo, mas relutamos em responder para não ofender pessoas que gostamos e amigos de longa caminhada, mas hoje após ser marcado propositalmente por uma amiga, na maldita postagem que sempre quis responder, eu a respondi com veemência.

Antes de colocar minha resposta vou relatar do que se trata.

É um post muito difundido por grupos bolsonaristas e “viúvas” da Ditadura Militar Brasileira, período de 1964-1985, que iniciou com o presidente Castelo Branco e se encerrou com o General João Baptista Figueiredo, mas que teve nos governos Costa e Silva e de Emílio Garrastazu Médice seus piores momentos, de maior arbítrio, pois foi nesses dois governos que se instalou o famoso Ato Institucional número 5, o AI-5.

Já no governo do General Ernesto Geisel foi onde se iniciou a abertura democrática, como ele mesmo dizia: “Lenta, gradual e segura”.

Vamos ao post que muito me incomodou, ele diz o seguinte, na íntegra:

“NÃO acredite no seu avô, honesto e trabalhador de 80 anos, que viveu o Regime Militar inteiro, e afirma que foi a melhor época do Brasil. Acredite no seu professor de história maconheiro, que mora com a mãe, que não corta o cabelo e diz que foi horrível”.

Assim eu respondi a postagem:

“É porque o avô que viveu na maioria absoluta das vezes na roça, na lavoura, como analfabeto e longe dos grandes centros do Regime Militar, Sem nem saber o que era um governo Militar, o que eles faziam e o que estava acontecendo, porque além de não ter Redes Socias na época, não havia imprensa livre, esse avô pobre coitado deve saber mais de História que os historiadores que leram dezenas de livros sobre o período, analisaram documentos e testemunhas oculares do período e leram vasta documentação sobre esse tempo sombrio da nossa história... só os bolsominions que cultuam a ignorância para postar tal coisa e comparar um historiador com um cidadão comum, no que tange ao conhecimento histórico.

Seria o mesmo que mandar um cidadão comum fazer um canal ou implante dentário no lugar de um Dentista, do cidadão comum projetar um prédio ou uma ponte no lugar do Engenheiro ou fazer um transplante de coração no lugar de um cirurgião”.

Essa mensagem postada e replicada acima não só exalta a Ditadura Militar e usa pessoas que viveram em sua época para exaltá-la, como se fosse verdade que todos que vivenciaram a exaltassem; mas também está explícito no texto seu desdém e desprezo pela profissão do educador.

O Brasil é infelizmente o país que mais tem desprezo pelos docentes. Que os coloca para trabalhar em condições horrendas. Que lhes paga baixíssimos salários e nem obriga a Estados e Municípios cumprirem o Piso Nacional do Magistério, Lei Federal que obriga um pagamento mínimo a categoria. Hoje 63% dos municípios não cumprem o Piso e 70% dos Estados.

Enquanto o respeito não vier de cima, dos que nos governam, nunca virá de baixo, pois o respeito vem do exemplo das autoridades. Enquanto os governantes não nos derem o devido valor, cidadãos comuns continuarão nos atacando como fez o autor e os que disseminam a referida postagem.

Precisamos respeitar a cada profissional, seu estudo, esforço e formação. Nenhuma sociedade vai pra frente sem o respeito mútuo de seus cidadãos e o reconhecimento de seu valor pelas autoridades constituídas!

Acioli Junior
Enviado por Acioli Junior em 01/06/2020
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