Dia do trabalhador. O que comemorar?

Dia 1° de maio é uma data internacional que a maioria dos países escolheram para comemorar o dia do trabalhador. Lembrado que é errado referir-se a esse dia como dia do trabalho, pois dia do trabalho são todos os dias. Mas é tão somente dia do trabalhador. Daqueles que labutam dias, meses e anos para ter uma vida digna e levar sustento para sua família.

A Nova Zelândia, Austrália e EUA são um dos poucos países que comemoram o dia do trabalhador em data distinta do primeiro de maio.

Este dia é com certeza o feriado cívico mais importante em nosso calendário. Pois exalta aqueles que constroem com todo esforço e luta o nosso país.

Esta data, o 1° de Maio, foi decretado pela Segunda Internacional Socialista em 1889. Como foi também a Segunda Internacional Socialista que decretou o 8 de março como dia Internacional da mulher, em 1910.

A homenagem remonta ao dia 1° de maio de 1886, quando uma greve foi iniciada na cidade norte-americana de Chicago, com o objetivo de conquistar condições melhores de trabalho, principalmente a redução da jornada de trabalho diária, que chegava a 17 horas, para oito horas.

O nome desse episódio é "A Revolta de Haymarket". O que foi essa revolta?

A Revolta de Haymarket foi um conflito que eclodiu após a explosão de uma bomba em uma manifestação em prol da jornada de oito horas de trabalho, em 4 de maio de 1886, na Haymarket Square, em Chicago, nos Estados Unidos. Durante a manifestação, inicialmente pacífica, uma bomba estourou junto ao local onde policiais estavam posicionados, matando um e ferindo outros sete. A polícia imediatamente reagiu, abrindo fogo contra os manifestantes em uma ação que resultou em dezenas de feridos, quatro mortos e mais de cem manifestantes presos.

No calendário litúrgico, o dia celebra a memória de São José Operário, o santo padroeiro dos trabalhadores.

Pois bem, depois desse breve histórico, cabe a pergunta: o que nós brasileiros temos para comemorar?

O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) afirmou nesta terça-feira (30) em Plenário que não há motivos para comemorações neste 1º de Maio, devido ao alto índice de desemprego registrado no país. Ele ressaltou os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que registrou o índice de 12,7% de desempregos, com 13,4 milhões de trabalhadores sem emprego. Para ele, os números não corresponde à realidade: os números são ainda piores.

O presidente Jair Bolsonaro também admitiu que o número de desempregados no Brasil é bem maior que o informado pelo IBGE.

Os dados são tão alarmantes que o supra citado senador disse, que a falta de oportunidades de emprego é a principal causa do aumento da pobreza e da miséria no Brasil. Ele lembrou que 50% da população vive com menos de um salário mínimo e que um em cada quatro brasileiros recebe auxílio do programa Bolsa Família.

Além desse cenário, a Reforma Trabalhista aprovada pelo governo Temer que prometeu aumento significativo de empregos, além de retirar direitos trabalhistas conquistados a duras penas, com mais de dois séculos de luta, desde a Revolução Industrial inglesa, no século XVIII, trouxe foi um maior número de desempregados e aumento do trabalho informal. Além de ser uma Reforma feita exclusivamente para agradar o mercado financeiro e os empresários e acirrando ainda mais o número dos desempregados.

Infelizmente não temos o que comemorar. E ultimamente estamos a discutir o óbvio, que é a não aceitação da perda de mais direitos trabalhistas e previdenciários.

Em suma, os sucessivos governos fazem tudo para agradar a elite empresarial, os grandes opressores do sistema capitalista e nada em favor do trabalhador, muito menos em favor dos milhões de desempregados.

Obs.: Texto escrito em 01/05/2019

Acioli Junior
Enviado por Acioli Junior em 01/05/2020
Reeditado em 01/05/2020
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