Chico Buarque, interpretação, letra e música, o que será, á flor da terra.

Uma genialidade de letra, crítica à situação econômica do país.

A mulher como objeto sexual, em que o afeto é comercializado.

Sexo produto do mercado neoliberal.

Implicitamente denunciando a sociedade capitalista, em que o valor de tudo está no comércio.

Suspirando pelas alcovas faz do seu quarto o meio de ganhar a vida.

O sexo é um negócio e não amor, fruto das relações econômicas, resultado da sociedade liquida de Bauman.

Sussurrando em versos e trovas, combinando no breu das tocas, anda nas cabeças e nas bocas.

A linguagem do sexo é o mercado de exploração, a cultural afetiva está mimetizada nas memórias sociais.

Em todos os lugares.

O homem precisa da mulher para realização do prazer, mero consumo ideológico, não para efetivação do amor.

Todavia, a realização do instinto.

Tal comportamento é típico em sociedades de dominação econômica, fruto do neoliberalismo.

O capitalismo reduz a mulher a um objeto de mero de consumo instrumentalizado.

Acedendo velas nos becos, pelos botecos, nos mercados, está na natureza.

Tal mentalidade em todos os lugares, em todas as classes sociais.

Faz parte da essência do capitalismo, a pessoa humana é entendida como mercadoria.

Pode-se trocar, hoje é uma, amanha outra, consecutivamente, usa descarta, peça sem funcionalidade para maquina da exploração sexual.

E o que será, será, com certeza nunca terá.

Não tem conserto, ausência de perspectiva, o que não tem tamanho, não tem sentido.

Uma sociedade política sem propósito humanista.

Então pergunta Chico, a mulher vive nas ideias desses amantes,

O que significa aceitar a situação, não há saída.

Cantam os poetas delirantes, como se tal ideologia fosse correta,

juram os profetas embriagados.

Como se a realidade instrumentalizada fosse normal.

A romaria dos mutilados, uma sociedade doente culturalmente, a psicopatia estabelecida, antes no modelo produtivo.

O prazer está na fantasia dos infelizes, a resignação no dia a dia das meretrizes.

Não é possível o grito da liberdade, o sexo fundamenta na exploração.

Igualmente no mundo das relações do trabalho.

É um plano de bandidos, na construção do Estado político, o conservadorismo de plantão.

Aproveitando dos desvalidos, em todos os sentidos.

Uma veemente crítica à economia neoliberal, uma política contraria a sociedade humana.

O que será, será a eternidade da instrumentalização.

Não tem decência nunca terá, não tem censura nunca terá, não faz sentido.

Todos aceitam resignadamente a sociedade política estabelecida.

Com efeito, a normatização da comercialização do sexo.

Os avisos não vão evitarão, inútil denunciar, os risos vão desafiar, a própria transformação.

Muito melhor o prazer do domínio, a prevalência do instinto da capitalizado.

Os sinos irão repicar, todos querem a exploração, os hinos irão consagrar o sexo comprado.

As instituições políticas também defendem.

Até mesmo o padre que nunca foi lá, olhando aquele inferno vai abençoar.

Reflete uma igreja comprometida com as práticas da exploração do capitalismo demolidor.

Não tem governo, nunca terá, hermeneuticamente, não existe nenhuma proposta política contrária ao capitalismo excludente.

Não tem vergonha, apenas ideologia, sem valores humanos.

O que significa não ter juízo.

O que será, será, as denuncias não evitarão, as mulheres serão eternamente mercadorias.

Possivelmente não haverá transformação, o sexo um produto fácil de ser vendido.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 16/11/2019
Reeditado em 16/11/2019
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