Sygmunt Bauman: As razões pelas quais os casamentos fracassam.

O mundo pós contemporâneo de Foucault, a mais absoluta subjetividade, a verdade é apenas uma interpretação ideológica hermenêutica.

Como refletiu Nietzsche, não existem razões objetivas para o entendimento epistemológico, as hermenêuticas são ideologias.

A modernidade foi superada, a exegese de Zygmunt Bauman, a realidade a mais absoluta fluidez, tudo é líquido, move continuamente, superando-se a cada instante.

A única coisa que permanece é o consumo, o valor está substancializado no uso.

Tudo desgasta, fundamental que seja trocado, a lógica neoliberal das relações sociais e afetivas.

Deste modo, funciona a memória psíquica sapiens.

Ninguém gosta de ninguém, as relações humanas são substituídas instantaneamente, o valor é apenas produtivo.

Com efeito, o afeto, o sexo, iguais a qualquer outro objeto, as coisas nasceram para mudar e serem substituídas.

Só a própria pessoa pode gostar dela mesma, o amor é inexistente, por essa episteme, tudo acaba a qualquer momento, a fluidez das relações sociais afetivas.

Uma exigência do capitalismo pós contemporâneo, o consumo exagerado, é deste modo, com tudo, com o celular, o carro, também com o afeto.

A ideologia do consumo e da superação, motivo pelo qual o sexo contínuo com a mesma pessoa perdeu sentido, necessário a substituição.

A duração de qualquer coisa é efêmera, a ideologia da eliminação, nesta lógica não existe afeto, o que há mesmo é apenas o prazer, o aspecto epicurista da felicidade

Assim como se troca de celular, troca-se de pessoa, nada foi feito para durar.

A pós contemporaneidade líquida funciona exatamente deste modo, a substituição é a força motriz de todas relações.

Não existem relações estabelecidas entre as pessoas, o outro é entendido como objeto, usado, consumido é jogado fora, as razões pelas quais os casamentos fracassam.

As pessoas são mercadorias, como tais comportam no mundo afetivo, não existe possibilidade para as relações contínuas.

O conceito central para o mundo em nossos dias é a ideologia líquida, o ser humano como produto o qual deve ser consumido.

As instituições já não são mais estabelecidas, o outro não é absolutamente nada.

Não existem mais relações humanas, as pessoas transformaram em coisas, desgastadas são substituídas.

Os casamentos têm exatamente tal perspectiva, nada mais funcionará a não ser pelo mecanismo da troca, do mesmo modo, as relações produtivas.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 28/10/2019
Reeditado em 30/10/2019
Código do texto: T6781274
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