O passamento do tempo inexistente.

O mundo não foi feito por mim, tão pouco importa com a minha existência.

Tanto faz existir ou não.

Tenho a sensação que não estou no mundo, que não faço parte dele, a qualquer momento devo deixá-lo.

Quando acontecer tal fato é como se nunca tivesse existido.

Com efeito, sou apenas o meu momento no mundo, como parte do meu instante perdido continuamente.

Portanto, o mundo é o futuro da minha ilusão, como se o futuro não fosse o eterno instante.

A não existência do passado, a impossibilidade do futuro, a continuidade do instante, a sua eliminação no presente.

Desse modo, a não existência do tempo, sendo assim, também não sou existente.

Apenas a ficção do presente, reduzido a minha pessoa ao meu próprio entendimento.

A cognição alienada em referência a compreensão, então sou a escuridão da luz.

Um contra ponto da reflexão exegética.

Quem sou eu, o não entendimento do que sou, sendo o mundo a redução da minha cognição.

Em qualquer momento não serei mais, pois passou o meu instante, sendo a minha presença a existência continuada no meu passamento desconstruído.

O que eu poderia ser, além da revelação da intuição hermenêutica, o destino propositado na esperança imaginada.

Em relação ao instante perpetuado, não serei nem mesmo o desejo das proposições.

A fluidez do momento, a descontinuidade permanente, os sinais desaparecidos, a restará a minha pessoa, apenas o desejo de ser, como vontade das insinuações metaficisadas.

A existência é o desejo de ser, o que não poderei ser, devido a inexistência do tempo.

O que sou então, o passamento do tempo inexistente, fluido na ideologia descabida dos sonhos metafóricos.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 09/09/2019
Reeditado em 09/09/2019
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