A incomprensão do vazio.
Eu não sou nada, muito bom não ser nada, não ser nada sempre foi o meu grande sonho.
Motivo pelo qual sou muito feliz, realizei o meu único desejo, não ser exatamente nada.
Desse modo, não preciso ter ideologias, não tenho pressupostos.
Magnifico não ter substrato, sendo assim, a minha cabeça é vazia.
Sempre quis ser nada, razão pela qual serei nada, o fluido da imaginação, a sombra passada do meu pensamento.
O meu querer ser o nada, não tem como ter alguma essencialidade.
Tudo que sou o meu imenso vazio, perdido nas indefinições do tempo.
Como posso desejar querer ser algo além do própria inexistência.
A margem do meu nada, eu posso pensar, sem definir algum princípio logocêntrico.
No meu cérebro só tenho processos de sínteses, minha hermenêutica é a relativização subjetiva, sem buscar objetividade.
O objeto fenomenológico é apenas ficção.
Então não tenho um centro, meu mundo é vago, indefinido, sequer aproximado, muito menos sintético a priori.
O que sou é tão somente a incompreensão, acho magnífico as epistemologias do mundo.
Entretanto, não me prendo em suas ideologizações, pelo fato de não ter absolutamente nada formatado em minha memória.
Sou exatamente o vazio epistemológico.
Não ser nada é exatamente poder viver as ilusões do vazio, perdidamente nas intuições metafóricas.
Sinto apenas que sou um momento silencioso que está passando, esse passamento sou eu mesmo.
Posteriormente, apenas o mais exuberante desparecimento.
Sou a minha não existência.
Edjar Dias de Vasconcelos.