A incomprensão do vazio.

Eu não sou nada, muito bom não ser nada, não ser nada sempre foi o meu grande sonho.

Motivo pelo qual sou muito feliz, realizei o meu único desejo, não ser exatamente nada.

Desse modo, não preciso ter ideologias, não tenho pressupostos.

Magnifico não ter substrato, sendo assim, a minha cabeça é vazia.

Sempre quis ser nada, razão pela qual serei nada, o fluido da imaginação, a sombra passada do meu pensamento.

O meu querer ser o nada, não tem como ter alguma essencialidade.

Tudo que sou o meu imenso vazio, perdido nas indefinições do tempo.

Como posso desejar querer ser algo além do própria inexistência.

A margem do meu nada, eu posso pensar, sem definir algum princípio logocêntrico.

No meu cérebro só tenho processos de sínteses, minha hermenêutica é a relativização subjetiva, sem buscar objetividade.

O objeto fenomenológico é apenas ficção.

Então não tenho um centro, meu mundo é vago, indefinido, sequer aproximado, muito menos sintético a priori.

O que sou é tão somente a incompreensão, acho magnífico as epistemologias do mundo.

Entretanto, não me prendo em suas ideologizações, pelo fato de não ter absolutamente nada formatado em minha memória.

Sou exatamente o vazio epistemológico.

Não ser nada é exatamente poder viver as ilusões do vazio, perdidamente nas intuições metafóricas.

Sinto apenas que sou um momento silencioso que está passando, esse passamento sou eu mesmo.

Posteriormente, apenas o mais exuberante desparecimento.

Sou a minha não existência.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 06/07/2019
Reeditado em 06/07/2019
Código do texto: T6689905
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