MINHA INFANCIA
SEREMOS SEMPRE AQUILO QUE APRENDEMOS
Hoje quero falar dos sentimentos que um dia pensei conseguir, queria ter o dom de compreender as pessoas, pois quando criança nunca sofri como muitos, tive uma infância alegre, um pai severo, más que nunca batia em seus filhos. Bastava um olhar, minha mãe sempre dizia para respeitar os mais velhos, eu via em meus pais um Deus na terra, que cuidava de mim e de meus irmãos e minha mãe dependia dele, quantas vezes eu sofria esperando meu pai vir da cidade, porque morávamos em arrendamentos agricultáveis, plantava de tudo, mas às vezes faltava algo diferente, nunca tive uma bola, bicicleta, naquela época não tinha as invenções de hoje.
Meu pai separava alguns dinheirinho e ia a cidade comprar roupas, sapatos, remédios, havia nos armazéns da fazenda mas eram muito caro, meu sonho era ter um relógio para colocar no meu pulso e andar e exibindo aos meus amigos. Um dia apareceu um vendedor de jóias e relógios em nossa casa no sitio Gleba Seca em Mirante do Paranapanema, em 1968, eu comprei um relógio da marca olvino, movido a corda, aquele dia eu não dormir, queria que chegasse o domingo, precisava colocar ele no braço e mostrar, principalmente a uma garota que eu gostava muito como era muito jovem era um luxo ter alguém para chamar de minha coleguinha, ou namoradinha, hoje não sei mais nem o seu sobrenome, eu gostava muito dela e como eu pensava ser feliz com ela.
Foram bons tempos, aonde a inteligência se perdia por falta de oportunidades, tinha que conviver com o momento, não com a escolha, se pudesse escolher, claro que eu seria outra cabeça, tinha más não havia condição, não tinha como escolher, tínhamos de aceitar o momento que o tempo nos proporcionava, festinhas, amigos, e um dinheirinho nos finais de semana,
Eu vivi cheio de sonhos, vontade e desejos, tentei fazer algo diferente, mas não foi possível, nunca desisti .
de ser feliz porque vi que era o que mais importava para mim, ter a paz de espíritos e de procura, procurei achei, tentei seguir foi impossível, quanto vi que a coisa mais importante que eu tinha na minha procura não era ter que deixar minha mãe e meu pai, me embrenhando neste mundo de tanta gente estranha, minha mãe disse vá meu filho, meu pai disse: volte quando se sentir sozinho, e quando voltei depois de seis meses chegando no mês de dezembro, minha mãe fazia aniversário dia 25, ela me disse: Meu maior presente é ter você de volta, não quero nada mais que isso meu filho, eu fiquei ao seu lado e só sair de casa depois de casado e fui morar em outra cidade muito distante.