AUTORITÁRIO OU FASCISTA? A QUEDA DO LIBERALISMO
Alguns estudiosos afirmam que a crise econômica foi a grande responsável pela ascensão destes regimes totalitários. Argumenta-se que nos momentos de crise econômica, o surgimento de idéias autoritárias ganham força, ainda mais num colapso das proporções da ocorrida em 1929. No entanto, como bem mostra o historiador Eric Hobsbawn, a origem da ideologia fascista remonta a outro quadro. Seguindo a linha de raciocínio estabelecida por esse pesquisador, a ascensão do fascismo após a Primeira Guerra Mundial foi uma resposta ao perigo real da eclosão das massas trabalhadoras, e à Revolução Russa (a de Outubro de 1917, onde se levantou uma opção ao sistema liberal capitalista vigente). Por fim, existe uma outra vertente para o surgimento dos regimes fascistas. Este seria um modelo político erguido num momento específico de "vazio hegemônico". Ou seja, na década de 1920 e 1930, não havia um segmento da sociedade com condições de estabelecer a hegemonia de seu projeto político. Neste momento, então, surge à figura de um líder que "toma para si" a responsabilidade política de desenvolver a nação.
Portanto, toda mudança política ocorre e tem maior poder de penetração quando a população está descontente com o modelo vigente, a proporção de aceitação estará ligada diretamente à parcela da população que anseia por mudanças. Na ideologia de um povo toda mudança trás a idéia de melhoria, se o líder proponente usando a dialética convencer que o proposto será melhor, a idéia será aceita e defendida com maior facilidade, sendo mentira ou verdade, o papel do líder será apenas em convencer através da retórica os adeptos, de que serão possíveis atingir as metas.
Como por exemplo: Adolf Hitler convenceu o povo alemão, a apoiar o nazismo, prometendo para os pobres que não tinham se quer o que comer que cada trabalhador teria um Volkswagen (carro do povo).
APOIO DAS MASSAS = As camadas da classe média e média baixa foram o alicerce de partidos de extrema direita conservadora, por toda a era de ascensão do nazi- fascismo, (feixe).
Na Áustria do entre guerras dos nacional-socialistas eleitos como conselheiros distritais em Viena em 1932, 18% eram autônomos, 56% de trabalhadores em escritório e funcionário público e apenas 14% de operários. Dos nazistas eleitos no mesmo ano 16% eram autônomos e fazendeiros, 51% de trabalhadores em escritórios e apenas 10% de operários. Isso não implica que o fascismo não conseguisse apoio da massa entre os trabalhadores pobres. Alem disso assim que o governo se estabeleceu, muitos ex socialistas e comunistas aderiram ao governo, tendo certa restrição pelos elementos tradicionais da sociedade rural. O nazi fascismo encontrou apoio entre 10% e 13% dos estudantes com ideologias radicais em 1930. Dos oficiais de classe média uma considerável parcela tinha dificuldade de se adaptar a vida civil, viam na guerra uma oportunidade de se alto valorizar. A crise econômica na Alemanha radicalizou até mesmo camadas da classe média como funcionários públicos médios e altos, cuja posição parecia segura, e que em circunstâncias menos traumáticas pareciam satisfeitos em continuar como patriotas do velho estilo nostálgico do Kaiser Guilherme.
HOMEM FASCISTA ; 1ª GUERRA E CRISE; NAZISMO E ELITE
A direita radical surgiu no intuito de se precaver quanto a revolução social e conquistas da classe operária. O sucesso da revolução russa em outubro de 1917 e o apoio as ideologias leninistas e sindicatos organizados puseram a elite européia em estado de terror. Como toda ação reflete numa reação, a classe conservadora européia em sua maioria, se uniram em torno de uma direita radical. No entanto não se pode afirmar que foi apenas um enfrentamento à esquerda revolucionária.
A 1ª Guerra mundial foi muito violenta para com os soldados, foi a denominada guerra de trincheiras, onde os soldados padeciam com vários tipos de sofrimento, frio, fome, mau cheiro, insetos, doenças. Foi denominada de guerra de extrema violência, os soldados nas guerras atuais matam sem ver o inimigo, ao contrário da 1ª guerra onde o combate corpo a corpo era freqüente, o soldado quando matava olhava nos olhos de sua vítima. Outro fator de disparidade é que nas guerras modernas o alvo a ser destruído é o equipamento, como navios, aviões e blindados, na 1ª guerra embora se procurasse destruir o equipamento inimigo, o soldado não era poupado. Eram batalhas de muitos mortos e feridos e poucos prisioneiros. Diante de tanto sofrimento brutalizou o soldado, que ao retornar da guerra se tornou uma presa fácil de ser arregimentada.
Embora com todo esse sofrimento os soldados especialmente os de classe média e baixa estavam envolvidos por um elevado espírito de nacionalismo, alavancados por uma brutalidade latente adquirida durante a guerra. O fascismo em seu início era composto em sua maioria por ex combatente.
A primeira guerra foi tão violenta que fizeram muitos acreditar que seria a última, por ela ter vindo para acabar com todas as guerras. Por essa ótica não se aperceberam de uma minoria, porém numerosa que mantinham como essência de vida o uniforme, disciplina, sangue, sofrimento e armas. As armas haviam silenciado, mas os canhões continuavam a rugir dentro dessas pessoas. Esses sentimentos de patriotismo honra, lealdade, dignidade e heroísmo tornaram essas pessoas presas fácil para uma direita radical.
Por sua vez a ascensão da classe trabalhadora vista como bolchevique causava grande apreensão nos conservadores, especialmente em uma época de revolta social. A direita tradicional via nos comunistas como sendo responsáveis por tudo de mal no mundo. Uma visão centralizada sobre Lênin e Stalin serviu de pretexto para o instauração do fascismo.
O fascismo estava lastreado como um partido de massa, composto em sua maioria por trabalhadores e uma parcela da classe média. Os sentimentos fascistas estiveram presentes antes da grande guerra, porém nunca haviam conquistado nada de concreto, mas um dos principais fatores para sua concretização foi a ausência de uma hegemonia forte, a falência das velhas classes dominantes e, a crise de 1929.
Onde a classe dominante permaneceu atuante como na Inglaterra e na França o fascismo não conseguiu se impor. Mesmo nos países de governo militarista e autoritário como na Polônia, Tchecoslováquia, nem na Espanha de Franco embora direitista ele não era fascista. O fascismo também não encontrou guarida em países recém independentes, onde uma nova classe nacionalista assumiu o poder mesmo sendo reacionários e autoritários. Mas só a retórica identificava cada virada antidemocrática para a direita na Europa entre as guerras com o fascismo. Alguns países até simpatizavam com o fascismo esperando apoio financeiro e político da Itália de Mussolini.
Outro fator que empurrou o povo a abraçar o fascismo foi uma população desorientada, sem rumo, não tendo um líder forte a seguir, uma população desacreditada em um mecanismo falido e deficiente, sendo o fascismo a ultima esperança de um povo alucinado com idéias de extrema direita e conservadores, não mais sabendo a quem ser leais. Esses sentimentos foram responsáveis por favorecer tanto o fascismo como o nazismo. Ambos tiveram êxito pela conivência do velho regime. Nos dois casos o poder foi se configurando aos poucos, mas uma vez consolidado não havia mais como ser refreado, o aparelhamento foi total e, tanto na Itália quanto na Alemanha, os que discordavam eram punidos de forma exemplar. No Nazismo e Fascismo > antiliberal, anticomunista, nacionalista, militarista, racismo e usava símbolos. Os fascistas e nazistas usavam muito a propaganda, Mussolini e Hitler tinham aulas de teatro , oratória e dialética. Para impressionar o povo usavam uniformes, simbolos, marchar, musicas, sempre dando a idéia de unidade. Tudo era válido para arregimentar a população. Fascistas e nazistas viam a guerra como benéfico, como um mal necessário e, para tanto estavam empenhados no caminho da modernização e avanço tecnológico.
O velho exército prussiano aristocrático foi o único que se posicionou contra Hitler (Operação Valquiria) e logicamente foi esmagado em julho de 1944. O que o nacional socialismo sem duvida realizou, foi um expurgo radical das velhas elites e e estruturas institucionais imperiais. O nazismo em contraparida ao apoio recebido realizou algumas reformas sociais em benefício da massa trabalhadora, tais como férias, esportes, o planejado “carro do povo fusca”, mas a principal e mais importante foi a de acabar com a grande depressão, melhor que qualquer outro governo, eles eram antiliberais e decidiram não se comprometer a priori com o livre mercado.
O Japão por sua vez militarista e imperial era uma economia capitalista não liberal que conseguiu uma impressionante dinamização industrial, muito acima que a Italia fascista. O fascismo resumia mais em retórica que em ação. Sem pretenções anti-semita até se alinhar com Hitler em 38, o fascismo foi um regime calcado nos interesses das classes dominantes, para fazer enfrentamento a ascensão da classe operária, que de concreto realizou a unificação da Itália iniciada no fim do século anterior, ao passo que na Alemanha foi uma reação contra a Grande Depressão. O fascismo colaborou com o grande capital quando eliminou a revolução esquerdista, ao passo que o nazismo se beneficiou ao expropriar os judeus.