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A X BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DO CEARÁ
Em boa hora, desta vez, uma homenagem que será feita à Padaria Espiritual¹, ao longo de toda a X Bienal Internacional do Livro do Ceará. O megaevento terá início, em Fortaleza, nesta quinta-feira, amanhã, oito de novembro, estendendo-se até o dia 18, no Centro de Eventos.
Serão dez dias de muito fermento cultural, pois essa feira será palco de intensa e recheada programação. Além de expositores de vários países, convidados e intelectuais de peso estarão aqui. Também a cantora Gal Costa, baiana de renomada importância, marcará sua presença na abertura da exposição.
Deu-se o nome de Padaria Espiritual ao movimento eminentemente artístico e literário, surgindo na capital cearense, no final do séc. XIX, entre 1892 e 1898. Movimento de vida curta, mas rico em produções literárias, com intensas atividades.
O grêmio artístico, àquela época, foi liderado por um grupo de jovens cujas marcas foram o humor, o talento e a ousadia, assumindo foros de um verdadeiro movimento revolucionário, em razão do seu pioneirismo e da repercussão bombástica que causou.
Vejam só a criatividade e a invencionice no glossário dos padeiros intelectuais de 1892, em Fortaleza:
Forno: a sede do movimento
Padeiro-mor: o presidente
Forneiros: os secretários
Gaveta: tesoureiro
Investigador das cousas e das gentes: bibliotecário
Amassadores: sócios
[Fonte: Wikipédia]
Nem mesmo a Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro, havia sido ainda fundada, por Machado de Assis, quando, na terra de José de Alencar, poetas, escritores, músicos e pintores lançaram-se à arrojada tarefa de criar uma agremiação que fugisse ao elitismo de uma Fortaleza subjugada à influência da Academia Francesa de 1872.
Entre outros padeiros da Padaria Espiritual, jovens que, de início, apenas discutiam literatura em um quiosque, na Praça do Ferreira, até formarem o grêmio literário, com sede, jornal (“O Pão”) e estatutos próprios, em 46 artigos bem-humorados e inteligentes, destacamos Antônio Sales (a figura exponencial do grupo, o ideólogo da Padaria, exímio trovador e autor do romance intitulado Aves de Arribação), Adolfo Caminha (autor de A Normalista), Juvenal Galeno (grande poeta popular e folclorista), Lívio Barreto, Álvaro Martins, Lopes Filho, José Carlos Júnior, Antônio Bezerra e Rodolfo Teófilo (este, baiano, aqui radicado e que deixou uma vasta bibliografia sobre os temas da seca no Nordeste). Vale ressaltar que, uma vez estruturados em grêmio, os padeiros (os que forneciam o “pão do espírito”), todos se municiaram de pseudônimos.
Tendo como figura maior a Padaria Espiritual, em todo o decorrer do evento, ressaltando-se ainda outras entidades e vultos homenageados, colhemos da programação oficial da exposição os seguintes tópicos:
Efemérides:
Além da Padaria Espiritual, a X Bienal Internacional do Livro do Ceará homenageará a Semana de Arte Moderna, evento ocorrido em 1922, em São Paulo, que também marcou época ao apresentar novas ideias e revolucionários conceitos artísticos.
A Bienal homenageará, ainda, os 150 anos de nascimento da escritora cearense Francisca Clotilde e os centenários do rei do baião, Luiz Gonzaga, dos escritores Jorge Amado e Nélson Rodrigues e do cantador e violeiro Joaquim Batista de Sena [grifos nossos], genuíno representante da poesia popular nordestina.
(...)
A programação da X Bienal Internacional do Livro do Ceará envolverá palestras, mesas-redondas, exposições, shows líteromusicais, cineclubes, colóquios, convenções e debates.
Os que se dispuserem a vir ao badalado acontecimento, o qual, com certeza, há de superar em sucesso as bienais anteriores, podem pegar o seu avião, aí em seus estados, pois ainda é tempo de poder ver, folhear e adquirir obras regionais, nacionais e estrangeiras, em vários idiomas.
Fort., 07/11/2012.
Em boa hora, desta vez, uma homenagem que será feita à Padaria Espiritual¹, ao longo de toda a X Bienal Internacional do Livro do Ceará. O megaevento terá início, em Fortaleza, nesta quinta-feira, amanhã, oito de novembro, estendendo-se até o dia 18, no Centro de Eventos.
Serão dez dias de muito fermento cultural, pois essa feira será palco de intensa e recheada programação. Além de expositores de vários países, convidados e intelectuais de peso estarão aqui. Também a cantora Gal Costa, baiana de renomada importância, marcará sua presença na abertura da exposição.
Deu-se o nome de Padaria Espiritual ao movimento eminentemente artístico e literário, surgindo na capital cearense, no final do séc. XIX, entre 1892 e 1898. Movimento de vida curta, mas rico em produções literárias, com intensas atividades.
O grêmio artístico, àquela época, foi liderado por um grupo de jovens cujas marcas foram o humor, o talento e a ousadia, assumindo foros de um verdadeiro movimento revolucionário, em razão do seu pioneirismo e da repercussão bombástica que causou.
Vejam só a criatividade e a invencionice no glossário dos padeiros intelectuais de 1892, em Fortaleza:
Forno: a sede do movimento
Padeiro-mor: o presidente
Forneiros: os secretários
Gaveta: tesoureiro
Investigador das cousas e das gentes: bibliotecário
Amassadores: sócios
[Fonte: Wikipédia]
Nem mesmo a Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro, havia sido ainda fundada, por Machado de Assis, quando, na terra de José de Alencar, poetas, escritores, músicos e pintores lançaram-se à arrojada tarefa de criar uma agremiação que fugisse ao elitismo de uma Fortaleza subjugada à influência da Academia Francesa de 1872.
Entre outros padeiros da Padaria Espiritual, jovens que, de início, apenas discutiam literatura em um quiosque, na Praça do Ferreira, até formarem o grêmio literário, com sede, jornal (“O Pão”) e estatutos próprios, em 46 artigos bem-humorados e inteligentes, destacamos Antônio Sales (a figura exponencial do grupo, o ideólogo da Padaria, exímio trovador e autor do romance intitulado Aves de Arribação), Adolfo Caminha (autor de A Normalista), Juvenal Galeno (grande poeta popular e folclorista), Lívio Barreto, Álvaro Martins, Lopes Filho, José Carlos Júnior, Antônio Bezerra e Rodolfo Teófilo (este, baiano, aqui radicado e que deixou uma vasta bibliografia sobre os temas da seca no Nordeste). Vale ressaltar que, uma vez estruturados em grêmio, os padeiros (os que forneciam o “pão do espírito”), todos se municiaram de pseudônimos.
Tendo como figura maior a Padaria Espiritual, em todo o decorrer do evento, ressaltando-se ainda outras entidades e vultos homenageados, colhemos da programação oficial da exposição os seguintes tópicos:
Efemérides:
Além da Padaria Espiritual, a X Bienal Internacional do Livro do Ceará homenageará a Semana de Arte Moderna, evento ocorrido em 1922, em São Paulo, que também marcou época ao apresentar novas ideias e revolucionários conceitos artísticos.
A Bienal homenageará, ainda, os 150 anos de nascimento da escritora cearense Francisca Clotilde e os centenários do rei do baião, Luiz Gonzaga, dos escritores Jorge Amado e Nélson Rodrigues e do cantador e violeiro Joaquim Batista de Sena [grifos nossos], genuíno representante da poesia popular nordestina.
(...)
A programação da X Bienal Internacional do Livro do Ceará envolverá palestras, mesas-redondas, exposições, shows líteromusicais, cineclubes, colóquios, convenções e debates.
Os que se dispuserem a vir ao badalado acontecimento, o qual, com certeza, há de superar em sucesso as bienais anteriores, podem pegar o seu avião, aí em seus estados, pois ainda é tempo de poder ver, folhear e adquirir obras regionais, nacionais e estrangeiras, em vários idiomas.
Fort., 07/11/2012.
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(¹) Quem sabe, com um tempinho a mais, ainda abordaremos o tema da Padaria que revolucionou Fortaleza, culturalmente falando, no apagar das luzes do séc. XIX. O assunto que agora nos interessa é só a X Bienal.