A MADONA DOS DESCAMISADOS
A MADONA DOS DESCAMISADOS
(EVITA PERÓN)
{{((Livro: Guia Politicamente Correto da América Latina.
Autores: Leandro Narloch e Duda Teixeira.
Páginas: 208 e 209.))}}
Eva Duarte era uma atriz desconhecida que atuava no rádio e no teatro. Em 1938, não estava entre as 38 candidatas a Miss Rádio, título dado durante o Grande Concurso de Popularidade de Sintonia.
Quando conheceu Perón durante um ato em Buenos Aires, para ajudar as vítimas de terremoto em San Juan, em janeiro de 1944, sua vida mudou completamente.
Casou-se com o general logo que ele foi libertado pelos militares; e, tornou-se parte indissolúvel do peronismo.
Evita criou uma fundação com seu nome, por meio da qual construía escolas, hospitais, orfanatos e moradias para mulheres que chegavam em busca de emprego nas cidades. Atendia os pobres em um escritório, presenteando-os com bens diversos. Em alguns encontros, distribuía notas de dinheiro.
O culto a sua personalidade tinha patrocínio governamental.
Em uma escola de enfermagem fundada por ela, moças tinham que desfilar todos os anos, no dia 17 de outubro, com uniforme azul, que trazia o nome e o rosto de Evita, bordados. Nos campeonatos de futebol entre estudantes, os ganhadores levavam uma medalha de ouro com seu sorriso.
O dinheiro que ela usava para estas aventuras vinha do governo e de companhias que eram extorquidas. Aquelas que recusavam ajudar a instituição de Eva Perón corriam o risco de serem estatizados. Foi o que aconteceu com a Massone Química e a Chocolates Um-Um. Suspeita-se que, entre seus bens, havia peças do tesouro nazista, oriundas de famílias judias ricas, assassinadas em campos de concentração. O próprio Perón chegou a falar de bens de “origem alemã e japonesa” que o governo argentino teria se apropriado.
Evita morreu aos 33 anos, de câncer no colo do útero (assim como a primeira mulher de Perón), deixando uma fortuna superior a 8,5 milhões de dólares. Era também proprietária de uma casa na rua Teodora García, que lhe fora presenteada pelo milionário Ludwing Freud, o testa de ferro dos capitais nazistas que Perón conhecera na Itália. O monumento a ela, que não chegou a ser construído, teria três vezes o tamanho do Cristo Redentor; seria a imagem de um homem com a camisa aberta, um “descamisado” – com a face de Perón.