A arte de viver.
É fácil dizer que a vida é apenas uma passagem, que ninguém ficará para semente, que ninguém viverá para sempre. Mas será fácil convencer-se disso? Será fácil convencer-se de que a medicina não é avançada o suficiente para esticar a vida mais um pouco? Será que não existe um remédio que nos proteja daquela mal que se chama "morte"? Mas a morte é um mal? Será mesmo tão difícil aceitar o fim?
Diz o velho ditado. "Tudo tem um começo e um fim", "Tudo que começa, termina". Para a vida não é diferente.
Conheci um senhor de oitenta anos que dizia. "Vivo este instante, lembro o passado com gosto e procuro enxergar o futuro como se fosse um copo de água cristalina". Eu tinha apenas doze anos. Deliciava-me ouvindo as histórias do bom velhinho - palavra que ele não se ofendia em ouvir. Sua aventuras quando criança, suas histórias de amor, suas perdas. Seu tom de voz não mudava. Ele relembrava de todos estes momentos com carinho. As alegrias, as tristezas. Tudo isso faz parte da vida. Quem nunca pensou em desistir? É muito mais fácil dizer que não se é capaz de alguma coisa, quando na verdade, estamos com medo de errar se arriscarmos. É muito mais fácil entregar os pontos, quando se sabe de antemão que o futuro é muito mais impiedoso do que pensávamos. É nesse momento que as pessoas se perguntam: O que devo fazer?
Não há um manual para a vida como há para um computador, ou uma impressora? O manual, somos nós quem fazemos. Somos nós os culpados pelos erros que cometemos, somos nós os homenageados pelas decisões certas que tomamos.
Este mesmo senhor me disse: "Viver é como manter uma chama acesa. Você procura lenha seca, gravetos ótimos e toras grossas que vão manter aquela chama indo, indo e indo", "a vida está cheia de percalços. Nós podemos contornar as situações de uma maneira prática e simples, ou podemos transformá-la em um pesadelo vivo".
A felicidade de cada um, está presente naquilo que este ou esta se identificam. Ouvi pessoas dizendo que gostariam muito de ser como os artistas que ganham ótimos salários, vivem na mídia e se aposentam cedo. O que não é verdade em muitos casos. Pois temos artistas que morrem no camarim no intervalo de uma apresentação. Eu tomei a liberdade de perguntar a algumas dessas pessoas, se elas estariam dispostas a ficar acordadas por vinte horas, viajar horas e horas de avião, decorar textos longos e intensos e pretender ser alguém que você não era? Todos hesitaram.
Moral da história. Todos querem uma vida ótima, mas não estão dispostos a pagar o preço que ela cobra.
Viver, é aproveitar tudo que se pode, sem exagerar.