7º Capítulo do livro “ Consagração “
A visita de Cléia
Já era primavera no Estado do Colorado. Passara-se um mês depois do episódio do que era pra ser o noivado de Elizabete e do Senhor Will.O mês de Abril iniciara com muitas mudanças que poderiam ser vistas durante toda a estação. A sofrida Bete estava em recuperação. Após o acontecimento daquele dia , lembrava a moça, sentada em sua cama, recostada no confortável travesseiro de linho branco, bordado com pequeninas flores rosas,ela se recusava a alimentar-se. O seu cabelo havia crescido . Lembrou-se que acordou já na sua cama depois do discurso do seu pai querendo que ela se casasse. Tremendo, olhou a sua volta e viu que sua mãe estava sentada na cadeira ao lado de sua cama.
-Mamãe...falara Bete , naquele dia,meio sem forças.
-psiu...Não fale querida... você está muito fraca. Quando desmaiou o seu irmão Paul a trouxe para cá.
A moça se afligiu.
-Mamãe e os convidados? – O que falaram?
-Ah ...foram saindo aos poucos e logo ficamos só nós. Apenas o Senhor Will quis saber mais notícias suas. Mas logo se despediu e foi também.
Bete lembrava –se de tudo nos mínimos detalhes. Os dias passavam-se devagar e a moça mostrava-se debilitada cada dia mais. Após uns dias, o médico da cidade , o único que havia no povoado vizinho, veio fazer –lhe uma visita, a chamado do seu pai, e constatou que ela estava muito fraca e precisava repousar e alimentar-se. Mas Elizabete não queria comer nada. E enfraquecia a cada dia. Dona Sara , muito preocupada com a filha conversou com ela e resolveu ajudá-la, prometendo que falaria com o Senhor Will sobre aquele casamento arranjado , e o que ela pudesse fazer a ajudaria. Bete começou a recuperar-se e alimentar-se. Recordando de tudo isso em sua confortável cama, resolveu levantar-se e ir até a janela do seu quarto. Seu coração alegrou-se ao ver as grandes árvores brotando e as pequeninas flores desabrochando no jardim que sua mãe cuidava com todo carinho .Um show de cores exuberantes e aromas via-se e sentia em toda a extensão daquela parte do rancho. A temperatura amena , ainda no mês de Abril, era de 6 ° a 15° C. E Maio poderia ir até 23° C. Um clima gostoso, ainda um friozinho invadia o quarto vindo com a brisa de fora entrava suavemente no quarto da moça. Elizabete já se encontrava melhor. Esperava que Sua mãe detivesse o Senhor Jacob daquela idéia maluca , mas tinha muito medo pela mãe. O seu pai era muito agressivo,muitas vezes ela já o ouviu falando asperamente com sua mãe. “ Coitada da mamãe “ Pensava Elizabeth quando uma leve batida na porta a fez ficar sobressaltada. Mas era Dona Sara que anunciava uma visita. Bete ficou assustada e perguntou : -Quem é a essa hora? A Senhora responde : - Querida não se preocupe . É sua amiga Cléia . Dona Sara diz a Cléia que entre. Sua amiga aparece na porta e vai até a moça e cumprimenta. A senhora Sara pede licença, dizendo que vai buscar um suco e deixa as moças sozinhas.
-Me desculpe Bete por não ter vindo antes. Soube que ainda não podia receber visitas , mas ontem o Paul me viu nas redondezas do nosso rancho e falou que você já estava melhor.Disse Cléia.
-Certo amiga, que bom que está aqui. Ainda mais que você viu o meu irmão Paul . Percebeu com ele está bastante bonito?Penso que el e gosta de você. Lembro que naquele dia ele não tirava os olhos de você. Sorriu Bete.
Cléia enrubesceu , corando suas faces. Realmente quando ela via o rapaz seu coração disparava. Mas Bete ao ver sua amiga corada desculpou-se. Logo o suco foi trazido numa jarra . Então as duas amigas ficaram conversando mais um tempo. Assim que Cléia percebeu o cansaço de Bete resolveu despedir-se , prometendo voltar outro dia. Ajudou a amiga a se recolher, cobriu-a com a manta florida e desceu as escadas. Deu de cara com Paul que chegava da inspeção da mina. Cléia sentiu o ar faltar . Engoliu em seco e o olhou nos olhos. Paul foi logo falando. –Bom dia Senhorita , então veio mesmo visitar a Bete ? Cléia responde abaixando o olhar. –Sim Paul, estive no quarto dela e já vou. Só quero me despedir da Senhora Sara.
-Estou chegando Senhorita....mas não vá ainda . É cedo . Fica para almoçar conosco. A moça agradeceu , despediu-se da senhora e já alcançava a porta quando sentiu que Paul a acompanhava . O rapaz foi logo perguntando. – Permite-me acompanhá-la até as proximidades do rancho de seus pais? Aflita ela balançou positivamente a cabeça. Montaram nos cavalos e começaram o galope.
Autora: Margareth Rafael