Sumidouro - Osias Ribeiro Neves
A espinha dorsal do enredo é o desaparecimento do pai, uma das vítimas do golpe de estado de 31/04/1964. O enredo vem até o final de 2022, onde ainda não se afasta definitivamente o fantasma de um novo golpe de estado.
Outro conflito em Sumidouro é o do Brasil mestiço, um Brasil que não se aceita integralmente e não se sente bem com a tropicalidade. Fidalgo, personagem central, é mestiço, filho de mãe branca e pai negro confirmar. Os avôs - Melro e Pelicano, são opostos em ideologia política. As duas famílias repetem, no pequeno círculo, os conflitos e preconceitos latentes na sociedade brasileira. Elio, seu primo, agente da ditadura, é a contraparte, representa sua dicotomia. Fidalgo finalmente o assassina.
O enredo de Sumidouro acontece em grande parte nos tempos do Brasil ferroviário. Acompanha-se a transformação de Curral del Rey em Belo Horizonte, com flashes e cenas de lugares primitivos, hoje bairros e cidades da região metropolitana. Algumas descrições mostram as pessoas caminhando a pé ou indo de carros fora das avenidas de ligação, por trilhas ou caminhos que se percorriam a pé – Contagem das Abóboras etc.
História política do Brasil - Muitos trechos têm como pano de fundo o golpe de estado 1964 e o quase golpe de 2022
O Erotismo não é disfarçado e os encontros entre homens e mulheres são focalizados por lentes de aumento, às vezes até com um exagero felliniano.