A análise desta obra me foi sugerida pelo Saudoso e Querido Amigo Escritor Vasco dos Santos falecido em Setembro de 2019 quando eu me encontrava em Portugal.  
De volta ao Brasil, eu estranhei a reação silenciosa da comunidade Portuguesa de São Paulo a qual em tempos foi a maior concentração de Portugueses fora do território Ibérico e agora eu entendo porquê!?
Na carta que eu recebi do Vasco naquela época desta apresentação, ele me explicava as razões e algumas diatribes atribuídas à mentalidade do Emigrante enquanto longe da terra natal. Em particular a comunidade Portuguesa no Brasil se resumia nisto: quando 2 o 3 se encontram é só para falar mal uns dos outros e São Paulo por ser muito grande tinha lá algumas honrosas excepções bem conhecidas de Portugueses e Brasileiros. 
Tal resumo foi por mim editado na contra capa do meu livro "Crônicas da Emigração - Volume I" já editado por mim na Editora AGBOOK.
-   O livro “O Senhor Comendador” é o quarto livro escrito pelo Excelso Amigo António Neto Guerreiro. Emigrante em São Paulo que me foi apresentado, já há alguns anos atrás por outro Grande Amigo meu, como jámencionei lá em cima. E  o Escritor, Editor, Advogado Dr Vasco Dos Santos,  nascido em Alcafozes (Beira Baixa) porém conhecido na Comunidade “paulista” por “Alentejano”- sabe-se lá porquê?

- Mas esta coisa de apelidarmos quem está por perto é algo que já vem no DNA, quiçás desde o tempo dos “Extríminos” o primeiro povo de que temos conhecimento na formação do Povo Português da actualidade.
Mas hoje não venho aqui para vos falar das nossas origens como Portugueses, e sim das nossas sincrasiáticas emoções eternas de termos nascido na Terra de Viriato.
Pessoalmente eu só fui conhecer as Terras de Viriato, séculos mais tarde lá pelos Altos Montes Hermínios entre a Extremadura Espanhola e a Extremadura Galico-Duriense – que são os extremos da Península Ibérica.

Na abertura desta obra o Amigo António Neto Guerreiro (e eu faço questão de mencionar mais uma vez esta amizade foi apenas virtual porque nunca calhou de eu ir a São Paulo e o conhecer pessoalmente)  ele é que publicou o seu primeiro livro já com quase 60 anos de idade e depois de ter criado Filhos e Netos, então ele  nos mostra com plenitude e profundo conhecimento a Alma do Português Emigrante, dentro e fora das quatro linhas do Rectângulo Ibérico, ao qual eu costumo dissecar em corruptela ortográfica como sendo o real  “Recto Ângulo Luz & Tano” dos nossos dias.
Me vem isto a propósito de uma certa conversa entre o Vasco e o Joaquim Evônio, também já falecido, quando eles me propuseram a ideia de eu me registrar na Academia ONE (Ordem Nacional de Escritores); como eu não me considerava ainda um escritor, ficámos de nos encontrar algures em Portugal ou no Brasil para analizarmos os detalhes, haja visto então eu naquela época tinha sido nomeado Membro da Comissão Bilateral para Comemoração dos 500 anos do Brasil. Encontro esse que infelizmente não aconteceu.   

Tal como dizia Leon Tolstoi “se queres pintar o universo, começa pela tua Aldeia” e O Senhor Comendador seguiu essa linha de pensamento e descreveu nesta obra uma pintura sui-generis. Vai desde os grandes feitos de Grandes Emigrantes fora do ninho materno que tiveram sucesso na vida até ao mais pobre desconhecido do grande público, mas não menos Nobre Cidadão do POVO que, muitas vezes, com vergonha de voltar ao lar sem nada de seu, ele se esfuma no infinito do desconhecimento geral de amigos e familiares que o viram partir da Aldeia onde nasceu.
Assim, logo de entrada, o autor afirma e eu concordo com ele em género numero e grau,  por experiência própria, o pensamento de uma boa maioria de nós emigrantes sejamos no Brasil, sejamos na Europa ou até nos confins da tão famosa “Taprobana” hoje chamada de Thailândia, todos fomos lembrados nesta obra e assim dizia o Senhor Comendador honestamente;
“Alguns deles ao ganharem uns tostões a mais,  não saberão controlar os seus instintos de vaidade”, os seus arrogos de riqueza e empáfia, nem medirão esforços para aparecerem na mídia, na televisão, nas redes sociais, para falarem nas emissoras de rádio, ou se deixarem fotografar para publicar em jornais e revistas da comunidade local e/ou distante exibindo um “Status” de opulência milionária, tantas vezes falsa, ilegalmente angariada sabe Deus como, quando e em que condições e fatalmente fugaz!...
Em complemento ao meu aprendizado ao ler “O Senhor Comendador” a maior decepção de uma grande maioria de nós se resume nisto:  O Escritor quando se predispôe a realmente sê-lo, ele se comporta como um autêntico franco-atirador; primeiro ele estuda o ambiente em redor, onde ele imagina o lugar aonde se vai desenrolar a ação daquilo que lhe vai na Alma e no seu espírito criador. Quem vai julgar o resultado da obra sempre será quem vai ler e da forma que o fizer!... porque ser escritor é dar a cara ao bofete de muitos leitores.
Cada um vai interpretar a seu modo porém eu acrescento que a eternidade de cada texto ou até de um livro, é a sequente futura ação do escritor que abriu o cenário com apenas uma letra, uma frase, uma ideia, um objectivo; divulgar a sua história real em forma de ficção literária.
Mais ainda, na minha condição de Emigrante e Ex Pastor Transmontano eu aprendi a fazer poemas ou, quem sabe? a escrever de forma poética as minhas conclusões ao ler livros deste calibre cujo autor tanto se assemelha a mim, aos meus pensamentos e ao de muitos milhões de Patrícios espalhados mundo afora.
Depois de ler esta obra eu deixo-vos uma simples estrofe tirada do meu Livro de “POESIAS SOLTAS”:

 
Eu não tenho curso superior,
Nem entrei em nenhuma faculdade!...
Porém hoje com a minha idade,
Todo o dia me sinto um Doutor,
Porque a vida assim o quis,... 
Fazer de mim o próprio Doutor Juiz!
Eu não tenho nem Prémios, e nem Loas...
Das muitas ações que eu já fiz na vida.
Mas guardo lembranças das muitas e boas,
E das más, só me resta uma grande ferida!
Natal: 15.06.2019
 
Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 15/06/2019
Reeditado em 12/07/2020
Código do texto: T6673555
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.