O PLÁGIO

Não há dúvidas de que a cantora Elis Regina ficou e continuará imortalizada dentro dos nossos corações, devido às suas belas e impecáveis apresentações nos palcos do mundo.

Sem esquecer, é claro da sua voz inegavelmente afinada e romântica. O seu canto vibrava imensamente no coração das pessoas, dificilmente alguém não se apaixonava por Elis.

Deve-se ressaltar que recentemente, entre os dias 08 a 11 de janeiro de 2019, exibiu a minissérie “Viver é melhor do que sonhar”, contando a história de Elis Regina. Minissérie esta transmitida pela Rede Globo de Televisão.

Contudo, a aludida minissérie parecia mais um plágio do filme da cantora. A maior parte dela foi efetivamente retirada, outras partes copiadas das cenas no cinema.

A diferença da minissérie está no fato de que fora acrescentado depoimentos da própria Elis Regina, bem como de amigos e demais artistas da época. Tudo isso para mascarar e dizer que tal produção não configura reprise do filme.

Tais depoimentos eram no sentido de quem vivenciava a trajetória da cantora gaúcha.

Retomando à questão da minissérie percebe-se que ela complementou muito pouco ou quase nada para os fãs. Faltou algo extremamente relevante, inesperado e criativo por parte da direção.

Parecia, na maior parte do texto e da imagem reprise resumido do filme, acrescentado de alguns comentários e entrevistas.

Lamentavelmente quem desejava descobrir segredos de Elis Regina ou obter informações pormenorizadas de sua vida decepcionaram.

Em suma, não foi possível descobrir como surgiu a letra “Como nossos pais”, escrita por Belchior e sucesso na voz de Elis Regina. Tal música, transcende gerações e continuará viva em nossas memórias.

“Para não dizer que não falei das flores”, como expressava a canção de Geraldo Vandré, um dos torturados na época da Ditadura Militar, a minissérie incluiu na história o fato de que Elis Regina visitou a roqueira Rita Lee, presa por portar maconha, informação não apresentada no filme.

Outro detalhe relevante foi o fato que a população adotou a música “O bêbado e o Equilibrista”, interpretada por Elis como um dos hinos contra o movimento militar, consolidando a minissérie pobre de informações.

Faltou emoção. Os capítulos ancorados e arraigados no conhecido filme, não criaram suspense, nem curiosidade por parte dos chamados telespectadores, logo a Rede Globo, por falta de criatividade e por preocupar-se com cópia, não atendeu à expectativa, se permanecer assim as próximas minisséries seguirão o mesmo trágico caminho.

Pensava-se que iriam mais profundo que o filme, o que não ocorreu. Faltou suspense para que os telespectadores ficassem perplexos, de olhos abertos na televisão. Se fosse comida diriam que faltou sal nessa minissérie. A repetição das cenas do filme quebraram o encanto. Enfim não agradou, nem obteve o efeito desejado. Faltou então, o denominado ibope.

Paula Fávaro Abreu
Enviado por Paula Fávaro Abreu em 16/02/2019
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