Podemos derrotar o totalistarismo na guerra, e sucumbir à sua filosofia em tempo de paz. (Jerome Frank)...
 
Pensamento temporal diretamente relacionado ..... o único poder absoluto que eu me conheço a mim mesmo, só se manifesta enquanto durmo. - Posso sonhar na primeira pessoa do presente do indicativo. - Silvino Potêncio, Emigrante Transmontano!
 
--- Antes de iniciar a publicação, ainda que parcial, de mais algumas crónicas saídas da minha "pena electrónica" contemporânea,  eu quero antecipar aqui apenas uns reparos quanto às razões e motivos meramente pessoais que me levam a fazê-lo. 
- Primeiramente,  o título das minhas crónicas novas " ®... OS NÏZCAROS! " está,  de alguma forma,  ligado aos temas que nelas pretendo abordar e, como se dedicam aos leitores em geral - não apenas aos do PortugalClub, que continua a merecer todo o nosso apoio e incentivo!, - mas também a outros patricios, conterraneos ou não, que me leêm e me  visitam em  outros sitios na internet em qualquer país, os quais sintam algum prazer em ler o que vou produzindo de minha livre e expontânea vontade, dentro dos meus parcos conhecimentos desta lingua que todos amamos e devemos respeitar democráticamente. 
- Não faz muito tempo, eu lembrei aqui no portal do PortugalClub várias passagens da minha infância lá na aldeia onde nasci e me criei!, - porém não totalmente, pois fui mandado para a capital com menos de 14 anos de idade, na condição de retirante da miséria transmontana da época crespuscular de "salazarismos" e outros aforismos reticentes ao desenvolvimento desmesurado e impensado porém economicamente correcto. 
Dessa época,  eu procuro sempre destacar algo que me remeta a situações actuais e que possa me ajudar a transmitir aos leitores algo de bom que apreendi e se mais soubera lá poderia ter chegado, não fosse o destino que Deus nos guarda a sete chaves, por isso só a Ele pertence. 
       - Nesta  minha nova tarefa auto imposta, e até talvez um pouco exigida previamente pela responsabilidade, pelo carinho e amizade que tenho para com quem me acolheu, sem nada exigir em troca, eu vou tentar me aplicar o melhor que sei,  e o que não sei,  procurarei indagar a quem sabe. - Ler de quem já escreveu, aprender de quem já viveu!
Experimentar de quem já experimentou porque a experiència é a mãe do saber práctico.
... o que são  " ®... OS NÏZCAROS! "???
- segundo o léxico, na maioria dos diccionários de lingua portuguesa, esta palavra não existe escrita com "n" mas sim com um "m" e sem o trema, onde então teremos o verbete escrito como sendo; "miscaros" que é um tipo de cogumelo, o qual nasce debaixo de arvores de porte como sejam o castanheiro, pinheiro, etc...
Como em outras espécies da natureza existem vários tipos de cogumelos (ou "miscaros"); uns bons para confeccionar apetitosos, desejados e deliciosos pratos da culinária lusa, porém todos naturais e misturados democráticamente pela mãe natureza, onde alguns dos quais são inclusivé venenosos ao ponto de se tornarem não comestíveis ao ser humano.
- Dessas espécies, aquela que eu mais gostei, - e tenho que dizer isto no passado porque eu não estou mais lá para os apanhar no campo na época própria - eram as "vaquinhas" que rebentam ao pé dos troncos ou proximo às raizes que se estendem debaixo das folhas caidas no outono anterior. Elas eram já naquele tempo e suponho que ainda hoje o sejam muito dificeis de encontrar, porque elas  crescem sempre debaixo da casca de troncos de castanheiros já muito antigos.
Eu, como qualquer criança, até uma certa idade sentia alguma dificuldade na pronuncia da palavra "miscaros"  e quase sempre me fugia a lingua para o termo "nïzcaros" que foi para mim mais fácil de falar. Tinha mais ligeireza no entendimento do seu significado. Porém,  o subsconsciente sempre em alerta,  me dizia na hora de os apanhar; cuidado tem alguns que são venenosos.
- Não vale a pena levá-los para casa, nem misturá-los com os outros porque senão morremos todos!... exagerava a  minha mãe quando me mandava ir a rebuscar em eventuais locais onde eles supostamente estivéssem.
- A outra vertente que pretendo dar a esta minha nova tarefa, será a transcrição de pareceres préviamente sujeitos à vontade critica dos demais, e que é também algo parecido com esta "escolha entre o trigo e o joio" que crescem nas searas do nosso pensamento actual, suscitado pela produção literária criativa ou simplesmente reportada, não importa onde estejamos localizados e indiferentemente das sociedades em que vivemos como cidadãos.
Assim, eu gostaria de começar por citar o ilustre Jornalista Fernando Paulouro Neves, dignissimo editor do Jornal do Fundão, quando recentemente ele se referia à situação actual da nossa "santa terrinha" como sendo um País Adiado! (não confundir com país odiado, isso nunca!... digo eu).
 
Citando:
"...qualquer definição estratégica se confronta com bairrismos ou com a ideia de um "Portugal dos Pequeninos", isolado na sua via reduzida e ferido nas oportunidades e felicidade. Discute-se o acessório e esquece-se o essencial. Que lugar terá Portugal  na Europa? Qual a salvação face ao neo-liberalismo selvagem? Tantas questões. Talvez a resposta a elas todas se encontre na inquietação de Pessoa nos versos que cito de memória: Pertenço a um género de portugueses/ que depois da India descoberta ficou no desemprego!..."
(fim de citação)
 
Eu digo que depois da descolonização, o politico português empregou-se para garantir o salário porém jamais para ser um "retornado" à mãe pátria. Que hipocrisia!... a grande maioria dos "retornados" fomos todos enjeitados na altura das nossas vidas em que mais pujança fisica e intelectualidade tinhamos para dar ao país.
Os meus " ®... OS NÏZCAROS! " de hoje são um manjar especial para lembrar Francisco de Sá Carneiro e o seu ministro Adelino Amaro da Costa  de saudosa memória!...
- Há 25 anos esperamos pela crónica da justiça divina, porque a dos homens está totalmente intoxicada pelos demais...
Silvino Potêncio/Natal-Brasil 
Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 11/12/2018
Reeditado em 05/11/2019
Código do texto: T6524598
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