Desejo de conhecer
Eis alguns trechos extraídos de uma das obras literárias do, senão o maior, um dos maiores filósofos brasileiros - Olavo de Carvalho.
Chamo a atenção, para aquilo que o próprio autor reiteradamente ressalta em seus debates e paletras, de nunca tentarmos intrepretar um pensamento e/ou contexto de uma obra, a partir de informações resumidas e/ou superficiais. É preciso vencer a preguiça e a ânsia de querer opinar sobre algo, sem se aprofundar e esgotar a busca pelo conhecimento sobre as informações existentes.
Este artigo foi publicado no Diário do Comércio, em 10 de janeiro de 2011
[...] o traço mais conspícuo da mente dos nossos compatriotas era o desprezo soberano pelo conhecimento, acompanhado de um neurótico temor reverencial aos seus símbolos exteriores: diplomas, cargos, espaço na mídia. (pág. 37)
[...] Qualquer ignorante que houvesse recebido em herança do pai uma fábrica, uma empresa de mídia, um bloco de ações da Bolsa de Valores, julgava-se por isso um Albert Einstein misto de Moisés e Lao-Tsé, nascido pronto e habilitado instantaneamente a pontificar sobre todas as questões humanas e divinas sem a menor necessidade de estudo. Se houvesse lido alguma coisa no último número da Time ou do Economist, então, ninguém segurava o bicho: suas certezas erguiam-se até as nuvens, imóveis e sólidas como estátuas de bronze - sempre acompanhadas, é claro, das advertências céticas de praxe quanto às certezas em geral, sem que a criatura notasse nisso a menor contradição.
Caso faltassem os seminários estrangeiros, um editorial da Folha supria a lacuna, fundamentando verdades inabaláveis que só um pedante viciado em estudos ousaria contestar. (pág. 37)
Aristóteles tinha razão: o desejo de conhecer é inato. O Brasil é que havia falhado em desenvolver nos seus filhos a consciência da natureza humana, preferindo substituí-la por um arremedo grotesco de sabedoria infusa. (pág. 38)
DICIONÁRIO:
Arremedo - Imitação malfeita ou deficiênte.
Conspícuo - Facilmente percebido.
Infuso - Ciência que se possui sem a ter adquiirido com o estudo ou a experiência.
Pedante - Pessoa qie se auto-valoriza mostrando conhecimentos ou qualidades superiores aos que realmente dispõe.
Penso que o que deve-se analisar nos textos acima, não é a questão da Educação no Brasil, pois esta a muito se revela precária em todos os sentidos, mas sim, o "desejo e a vontade de obter conhecimento".
A verdade é que, a motivação pelo conhecimento é a premissa para o sucesso em qualquer processo educacional, seja ele eficiente ou não.
Em uma simples pesquisa no Google, iremos localizar pessoas que mesmo diante da escassez de tempo e recursos, conseguiram ser aprovadas em concursos públicos e/ou ingressar em Universidades Públicas, cuja concorrência por vagas são altissimas e os concorrentes em geral, gozam de recursos financeiros e de tempo para se prepararem.
Como então estas pessoas conseguiram tais façanhas? Poderíamos discorrer sobre vários fatores, mas penso que o que predomina é a valorização e a busca incansável pelo conhecimento.
Pessoas com estas características são perseverantes, se não têm tempo para estudar, reduzem o período de descanso e criam o próprio tempo. Vão em busca das informações onde elas estiverem, definem um objetivo e lutam para alcançá-los. Valorizam e dão a devida atençao aqueles que desejam transmitir conhecimentos.
Consequentemente, não raramente tornam-se referências nas suas áreas de atuação profissional.
Eis alguns trechos extraídos de uma das obras literárias do, senão o maior, um dos maiores filósofos brasileiros - Olavo de Carvalho.
Chamo a atenção, para aquilo que o próprio autor reiteradamente ressalta em seus debates e paletras, de nunca tentarmos intrepretar um pensamento e/ou contexto de uma obra, a partir de informações resumidas e/ou superficiais. É preciso vencer a preguiça e a ânsia de querer opinar sobre algo, sem se aprofundar e esgotar a busca pelo conhecimento sobre as informações existentes.
Este artigo foi publicado no Diário do Comércio, em 10 de janeiro de 2011
[...] o traço mais conspícuo da mente dos nossos compatriotas era o desprezo soberano pelo conhecimento, acompanhado de um neurótico temor reverencial aos seus símbolos exteriores: diplomas, cargos, espaço na mídia. (pág. 37)
[...] Qualquer ignorante que houvesse recebido em herança do pai uma fábrica, uma empresa de mídia, um bloco de ações da Bolsa de Valores, julgava-se por isso um Albert Einstein misto de Moisés e Lao-Tsé, nascido pronto e habilitado instantaneamente a pontificar sobre todas as questões humanas e divinas sem a menor necessidade de estudo. Se houvesse lido alguma coisa no último número da Time ou do Economist, então, ninguém segurava o bicho: suas certezas erguiam-se até as nuvens, imóveis e sólidas como estátuas de bronze - sempre acompanhadas, é claro, das advertências céticas de praxe quanto às certezas em geral, sem que a criatura notasse nisso a menor contradição.
Caso faltassem os seminários estrangeiros, um editorial da Folha supria a lacuna, fundamentando verdades inabaláveis que só um pedante viciado em estudos ousaria contestar. (pág. 37)
Aristóteles tinha razão: o desejo de conhecer é inato. O Brasil é que havia falhado em desenvolver nos seus filhos a consciência da natureza humana, preferindo substituí-la por um arremedo grotesco de sabedoria infusa. (pág. 38)
DICIONÁRIO:
Arremedo - Imitação malfeita ou deficiênte.
Conspícuo - Facilmente percebido.
Infuso - Ciência que se possui sem a ter adquiirido com o estudo ou a experiência.
Pedante - Pessoa qie se auto-valoriza mostrando conhecimentos ou qualidades superiores aos que realmente dispõe.
Penso que o que deve-se analisar nos textos acima, não é a questão da Educação no Brasil, pois esta a muito se revela precária em todos os sentidos, mas sim, o "desejo e a vontade de obter conhecimento".
A verdade é que, a motivação pelo conhecimento é a premissa para o sucesso em qualquer processo educacional, seja ele eficiente ou não.
Em uma simples pesquisa no Google, iremos localizar pessoas que mesmo diante da escassez de tempo e recursos, conseguiram ser aprovadas em concursos públicos e/ou ingressar em Universidades Públicas, cuja concorrência por vagas são altissimas e os concorrentes em geral, gozam de recursos financeiros e de tempo para se prepararem.
Como então estas pessoas conseguiram tais façanhas? Poderíamos discorrer sobre vários fatores, mas penso que o que predomina é a valorização e a busca incansável pelo conhecimento.
Pessoas com estas características são perseverantes, se não têm tempo para estudar, reduzem o período de descanso e criam o próprio tempo. Vão em busca das informações onde elas estiverem, definem um objetivo e lutam para alcançá-los. Valorizam e dão a devida atençao aqueles que desejam transmitir conhecimentos.
Consequentemente, não raramente tornam-se referências nas suas áreas de atuação profissional.
Fonte: CARVALHO, Olavo de. O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota. 8ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2014.