Crítica do filme "Valeriam e a cidade dos mil planetas".

Há pouco tive uma experiência desagradável: Assisti ao desastre do cinema nacional chamado "Malasartes enfrenta a morte", ou algo assim. Naquela obra, chamava a atenção o fato do filme brasileiro ter gasto cifras milionárias na pós produção, tornando-se o filme brasileiro com mais efeitos especiais de todos os tempos, e talvez o mais caro da história. Esse preâmbulo é para traçar um paralelo com o novo filme de Luc Benson: "Valeriam e a cidade dos mil planetas". O espetáculo visual belo e extravagante em 3D do filme francês é mais um exemplo de quê em matéria de efeitos especiais, Hollywood é insuperável. Um festival de cores e belíssimos efeitos em CGI, num exuberante 3D, que se perdem em um arrastado e quase infindável "elefante" colorido, pesadíssimo, de quase três horas de duração, onde o tédio, o roteiro confuso, as atuações desmotivadas, descomprometidas e monótona do belo casal de protagonistas é um convite para uma saborosa soneca no escurinho da sala de cinema, mesmo em meio à tantos estrondos e explosões coloridas.

É bem verdade que o início do filme é deslumbrante de tão bonito, de tantas cores e brilhos, de tantas criaturas curiosas na tela. Mas, depois de cinco ou, vá lá, dez minutos de projeção, o tédio e a confusão do roteiro se exarcebam e é hora de se tomar uma decisão: Retirar-se da sala de exibição, indignado com o dinheiro gasto à toa; ou entregar-se aos bocejos e saborear uma deliciosa soneca de três horas de duração.

"Malasartes" e "Valeriam" são dois exemplos que ação e efeitos especiais são coisas de Hollywood, parece que não dá para emular um cinema pipoca americano em outras paragens. "Valerian", em particular, parece enfatizar que os franceses não deveriam abandonar seu "cinema cabeça", ou o "cinema profundo", "falado", próprias de produções daquele país. Aliás, toda obra de Luc Benson parece dizer exatamente isso: "Não é só Hollywood que sabe fazer filmes de ação e ficção científica". Infelizmente, a cada obra de Benson, fica cada vez mais claro que porrada, ficção científica e efeitos em CGI é coisa de americano, é a cara de Hollywood.

Marcio de Souza
Enviado por Marcio de Souza em 14/08/2017
Reeditado em 14/08/2017
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