QUEM É A RAPOSA, AFINAL?

Desde sempre havia

algum tipo,

algum modelo,

algum tolo

pronto para ser

manipulado,

sim,

e a raposa,

ardilosa que era,

voltou seu olhar

tão faminto

ao gavião-real inseguro,

tão diminuto

a ponto de ser menor

do que as inseguranças,

pobre coitado.

Foi, então, o prenúncio

da grande anunciação,

um beijo da noite

coberto de prata,

e uma aureola

tão opaca,

ressoava a carcaça

daquele animal,

que hora era gente

hora era bicho,

mas, no fim,

não passava de

um cãozinho medroso,

desfigurado pelo vício

da carne, desejo mórbido,

afetividade desregulada,

enquanto sentia que era

a grande deusa

dos seus.

Enquanto isso, do outro lado,

o gavião-real, tomou as rédeas

arrancou a pele da raposa,

e, por fim, comeu-lhe

cada milímetro de sua carne:

MEU DEUS!

Agora a raposa já era

muita pilha de ossos,

tadinha. Tadinha?

Hahaha, já não era viva,

tivera o final que merecia.

Quanto ao Gavião-real,

este agora reinava

acima das árvores,

perto do céu,

mais reluzente que o sol.

Hivton Almeida
Enviado por Hivton Almeida em 26/07/2023
Reeditado em 26/07/2023
Código do texto: T7846866
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