TORMENTA

A tempestade

tomou o seu

devido

rumo.

E cá estamos

novamente,

à espreita,

pela milésima

vez.

Chego a conclusão

excepcional,

pedaço presente

nas trincheiras

de meu silêncio.

Absorto a fúria,

mãe gentil,

que apetece

cada sibilar do vento.

Sem comprovação

sou o pedaço

e o pedaço

é cada um de nós.

Dentre o furacão

divisas noções

mortificadas pela dor

e vividas ao tom

daquilo que chamamos

de ânimo.

Solidão para quem

deseja

experimentar a complexa

mania do eu.

Eu sou quem sou

da mesma

maneira que não

posso fugir

daquilo que nunca

poderei ser.

É a consequência

da utopia consumista

consumidora

de almas.

E o vento soprou,

veio com força;

desmoronou casas,

certezas,

alegrias,

fantasias

e mentiras.

Acima de tudo

as mentiras,

essas morreram de vez,

e talvez,

tenham sido obra

indistinta

da coletividade.

Aos corações em luto

sugiro algo...

Bom...

Prefiro manter silêncio.

Não sou nada,

nunca fomos nada,

e ainda

que queiramos ser,

não passaremos de pó,

simplesmente

resquícios da terra.

Que alívio eu tenho

ao não carregar

o peso do mundo

em minhas costas

tão cansadas.

Hivton Almeida
Enviado por Hivton Almeida em 08/06/2021
Reeditado em 12/01/2022
Código do texto: T7273839
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