A SAFADEZA REINA
Ganha a rua
Olhando suas formas
Zuretada da vida
Arretada com a sorte
Gira e revira
Onde havia a dor
Zoando com o mundo
Amando-se, a despeito dos outros
Desejando-se, apesar de tudo
Atiçando fogo sobe si
Notando o tronco da árvore
Dedilhando o corrimão roliço
Ouvindo o cio da gata
Gostosa se vê a fulana
Onde se toca se sente queimar
Zapeando o mundo com os sentidos
Andando, roçando, vazando
Dando, a cada passo
A si mesma e às coisas ao redor
Gozando na vida, apesar da vida
Ouvindo ira e sussurrando prazer
Zangada, goza por alegria
A cada gozo, uma vitória, uma euforia
Anda a fulana
Há um esmagar entre si
Haja lágrima
Haja muco
Haja safadeza
O gozar é das fêmeas, dizem
O gozar sempre, das deusas
Haja lágrima
Haja muco
Haja safadeza