Delfina Benigna da Cunha
D adivosa poetisa de passado magistral,
E strela brilhante da terra Nortense,
L evaste ao Brasil, desde a estância do Pontal,
F ecundas poesias às senhoras Rio-Grandenses.
I mplora a D. Pedro, em soneto divinal,
N o momento em que a morte arrebatara o pai,
A uxílio vitalício, e viver na Côrte Imperial.
B uscava extravasar sentimentos contidos...
E speranças de um amor não correspondido,
N os traços poéticos cheio de desejos.
I nútil para a vida, às vezes se sentia...
G ritava num poema "Eu respiro mas não vivo",
N atural de quêm precisava de um alento,
A ngústia de viver sem o calor amante...
D a dor que nascia em seu versejar,
A usência de luz em seu olhar.
C ega, porém, na mais tenra idade...
U sava mãos alheias para escrever,
N a escuridão, mas com tenacidade,
H abilmente recitava com a força do seu "Ser",
A ntologias poéticas, que marcaram o seu viver.
A 1ª Poetisa cega do Brasil, nasceu em 17/06/1791, em
São José do Norte, Rio Grande do Sul, e faleceu em 13/04/1857,
no Rio de Janeiro.