Acróstico da (sub)consciência

Este corpo, sim, em que habito,

Assimila tudo, com calma, sem pressa,

Sempre olhando o mundo em todas as pontas,

Sempre vivendo a vida como quem canta mas não dança.

Imenso sou em todo meu mundo,

Mas minúsculo no dos outros.

Saem à noite para brindar taças,

Eu saio à lagoa para olhar águas.

Perambulando por aquela rua,

A cabeça na lua, sempre a considerar,

Sou através de algo; vejo com olhos, sinto com pele,

Sei que minha face foi-me dada como presente de boas-vindas;

A superfície gosta, desgosta e repele.

Ouro não me vale muito, quando não se tem o que comprar.

Um amor não me vale muito, se não for para durar.

Tiros ao alto, balas quentes, para nunca mais voltarem

Resquícios de vidas passadas a me entristecer,

Ouvidos medíocres e sentimentos decadentes.

Depois de acomodar-me à praça e assistir à beleza da manhã,

Imagino toda a grandeza que está por me acometer

Amanhã.

Gabriel Coêlho
Enviado por Gabriel Coêlho em 26/08/2014
Reeditado em 28/08/2014
Código do texto: T4938064
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