ESSA DOR...

Ela não tem corpo, mas a sinto mesmo assim,

Ela não tem rosto, embora a sinta olhando para mim,

Ela não tem gosto, mas gosto dela sim,

Ela nada pesa, mais sinto o seu peso sem fim.

Saudade.... Vai e vem dos olhos teus,

Saudade... Entra e sai da minha mente,

Saudade... O perfume que não se esqueceu,

Saudade... Pareces que estas na minha frente.

Ante de este ser que me domina,

Altiva contemplando meu desolar,

Antiga deusa que predomina,

Adeus de uma alma a se isolar.

Do que seria capaz? Passado, sei.

De um mundo aos olhos fechar,

Dolosa compaixão que eu me dei,

Da qual o coração vive a se apetrechar.

Onde andarei? Qual minha sina?

Ou quem sabe não devo perguntar,

Ocultando o que o tempo não ensina,

Ostracismo meu... Eis tão vulgar.

Renunciei, sem pretensão,

Reviverei a cada acordar,

Recordarei, com intensidade e intensão,

Realidade... Sei. De mim, a discordar.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 13/01/2014
Código do texto: T4647745
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