As 4 Estações
Ponho as flores sobre a mesa
Rego com rimas e sonhos
Imagino-te no meio delas
Murcham com o tempo
Assim também é a paixão
Varro as pétalas mortas
Ensaio um novo plantio
Recolho as sobras, não importa
Amanhã me reinicio
Onde andam as cores do jardim?
Um céu plúmbeo espia inquieto
Tecendo um sonho poético
Ouço o vento num cochicho
Nesse caminho livre e aberto
Organizo o que chamam lixo
Vejo o sol em seu esplendor
Esquenta a alma e o coração
Rimo teu corpo com amor
Aqueço-me no teu calor
Ouro é a cor dessa estação
Incólume ando pelas ruas
Navego entre meus delírios
Viajo nas palavras cruas
Escrevo sobre meus martírios
Renovo esperanças nuas
Não sei se a dor atenua
Onde o verso torna-se satírio