Meditando com São João da Cruz
Nunca deixei de lhe amar
Ocasião de discussões logo terminavam bem
E sempre amei meus irmãos de forma igual
Nem que discordasse de suas atitudes
Tentava ver o contexto sem julgamentos
Acolhida, carinho, esforços imedidos
Ressentimentos eram deixados para trás
Dedico-me, até hoje, aos seus filhos e netos
E com todo meu amor e carinho os recebo
Comemos juntos, rimos de bobagens
E ficamos felizes pela simples graça de estarmos juntos
Repentinamente você de mim se afastou
Disse que não sou mais sua irmã
A calúnia espalhou a meu respeito
Virei a abominação e fui excluída
Imensa dor no peito por ver meus filhos rejeitados
Difamados e hostilizados
A minha voz você nem pode ouvir mais
Saiba que sempre vou lhe amar
E por você rezo diariamente
Ressentimentos não guardo, apenas tristeza
Espanto e dor pela rejeição aos meus filhos e netos
Mas não tenho do que me queixar
O próprio Deus foi morto e rejeitado
Sua culpa: amar incondicionalmente
Julgado e condenado injustamente
Ultrajado e difamado pelos seus
Logo eu que, que nada sou
Gosto de sentir o perdão e o amor de Deus
A cuidar de todos nós, mesmo tão insignificantes
Dedico-me aos meus, amo seus filhos e netos como meus
O que fazia antes, faço hoje da mesma forma
Sinto não poder lhe abraçar e olhar em seus olhos
Porém, saiba que nada mudou
Entreguei meu filho e minha nora aos seus cuidados
Logo você, que disse que os trataria como filhos
O tempo passou e nem conhece meu lindo netinho
Amor feito criança, gerado em meio à dor e ao abandono
Mas estão bem, felizes, é o que importa
O Senhor os alimentou, vestiu e cuidou como sempre
Renasceram das cinzas e eu não deixei de lhe amar