Toque eleitoral
Eles abrem os sorrisos, falam maravilhas e são gentis nos olhares.
Maquiados, maqueiam a realidade. Base na desonestidade. Himel na ganância. Pô de tonalidade 4 na linguagem decorada e recheada de clichês.
Ética na sola dos sapatos, compromisso social no nó da gravata, terno sobre o que a educação e saúde realmente precisam.
Mangas largas, cuecas fartas, população entediada. Desinformação, mediocridade e impostos para nossos bolsos.
Concessões, horário eleitoral, a máquina não pode parar. Controles que controlam. Na tela de LCD, até bundas famosas pedem votos. Choques do estúdio com o bairro que ainda não tem saneamento básico. As frases ditas com eloquência continuam morrendo no ar, enquanto muita criança fica sem escola ao mesmo tempo em que mães abandonam o supletivo para garantir uma renda extra.
No Brasil da diversidade, as diferenças são as grandes marcas. O apelo entra em cena para que simples teclas mantenham padrões de vida pouco conhecidos pelo povo. Será que muitos candidatos a deputados e senadores estão realmente preocupados com a ma$$a ou apenas com o enriquecimento pessoal e familiar?
Do outro lado da telinha, a população continua pagando por serviços no valor de primeiro mundo e com qualidade de terceiro mundo. Eis a política que sustenta as grandes corporações, os países ricos e faz o globo girar no toque imposto pela velha premissa: "Aos amigos tudo. Aos inimigos, a lei."