Quisera o vento trazer de volta os meus sonhos

Q uisera o vento trazer de volta os meus sonhos...

U ma semiloucura me faz esperar de janelas abertas!

I diliosamente, vou escrevendo os meus

S egredos,

E nquanto as aves entoam seu canto tão risonho,

R uflando, sem medo,

A s macias e coloridas asas libertas.

O som é mais belo quando podemos vê-lo, além de ouvi-lo.

V ejo as árvores grandes e imponentes

E nternecerem-se ao mais leve toque.

N us, seus galhos recebem os majestosos vestidos:

T odas as cores mais vivas à sua viva nudez

O s belos pássaros despejam, sobre a sua velha tez.

T ebaida invejável para os pobres

R etirantes.

A margo figura-se a muitos o que para mim é doce.

Z éfiros visitam-me por instantes,

E ntrando pelas janelas, vibram

R asgadas cortinas esvoaçantes.

D e aromas o ar está cheio.

E ntardece, já, e os suaves ventos parecem alheios.

V elha cena para esse existir já acostumado.

O dia torna-se de um rubor já esperado.

L imiar da morte vem surgindo, dentre os montes,

T omando toda a plenitude até o horizonte:

A rrefece o esplendor do dia num murmúrio silenciado.

O luar vem acompanhado de seu séquito suntuoso:

S ão estrelas de prata, vestindo o negro céu dum encanto luxuoso.

M orosamente,

E svazia-se todo o derredor.

U ma lágrima a rolar, ainda quente,

S obre o corpo cintila, refletindo a luz em alba cor.

S e a noite, tão bela e silenciosa,

O prime este homem solitário,

N enhuma esperança haverá de que ventos,

H ostis que são,

O s meus sonhos possam trazer...

S ente isso o meu coração.

Paulo Kol
Enviado por Paulo Kol em 26/09/2009
Reeditado em 25/01/2011
Código do texto: T1832735
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