Quisera o vento trazer de volta os meus sonhos
Q uisera o vento trazer de volta os meus sonhos...
U ma semiloucura me faz esperar de janelas abertas!
I diliosamente, vou escrevendo os meus
S egredos,
E nquanto as aves entoam seu canto tão risonho,
R uflando, sem medo,
A s macias e coloridas asas libertas.
O som é mais belo quando podemos vê-lo, além de ouvi-lo.
V ejo as árvores grandes e imponentes
E nternecerem-se ao mais leve toque.
N us, seus galhos recebem os majestosos vestidos:
T odas as cores mais vivas à sua viva nudez
O s belos pássaros despejam, sobre a sua velha tez.
T ebaida invejável para os pobres
R etirantes.
A margo figura-se a muitos o que para mim é doce.
Z éfiros visitam-me por instantes,
E ntrando pelas janelas, vibram
R asgadas cortinas esvoaçantes.
D e aromas o ar está cheio.
E ntardece, já, e os suaves ventos parecem alheios.
V elha cena para esse existir já acostumado.
O dia torna-se de um rubor já esperado.
L imiar da morte vem surgindo, dentre os montes,
T omando toda a plenitude até o horizonte:
A rrefece o esplendor do dia num murmúrio silenciado.
O luar vem acompanhado de seu séquito suntuoso:
S ão estrelas de prata, vestindo o negro céu dum encanto luxuoso.
M orosamente,
E svazia-se todo o derredor.
U ma lágrima a rolar, ainda quente,
S obre o corpo cintila, refletindo a luz em alba cor.
S e a noite, tão bela e silenciosa,
O prime este homem solitário,
N enhuma esperança haverá de que ventos,
H ostis que são,
O s meus sonhos possam trazer...
S ente isso o meu coração.