Recordando

O silêncio invadia uma noite sem fim.

De súbito, ouvi uma música clássica e nostálgica

que falava de uma alma e parecia ser a minha.

Um cigarro acendi

e a fumaça se perdia como meu pensamento,

que não tinha a quem lamentar,

a não ser, aos versos,

vivendo dentro de mim a se manifestarem.

E meu ego se expandia como um grito de terror.

Ou era o silêncio da noite, ou era a música que ouvia,

ou era a sentença da vida que me jogava a toa, à solidão

sem ter de ninguém o AMOR.

Bebi, bebi tanto,

até deixar que saisse do meu pensamento

a criatura que amo.

Bebi. Bebi demais

e não sei dizer como passei a noite.

Só sei dizer que no dia seguinte,

o meu cinzeiro estava cheio de cinzas,

as garrafas vazias e uma caneta sobre um poema.

Lírian Tabosa
Enviado por Lírian Tabosa em 09/09/2008
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