Recordando
O silêncio invadia uma noite sem fim.
De súbito, ouvi uma música clássica e nostálgica
que falava de uma alma e parecia ser a minha.
Um cigarro acendi
e a fumaça se perdia como meu pensamento,
que não tinha a quem lamentar,
a não ser, aos versos,
vivendo dentro de mim a se manifestarem.
E meu ego se expandia como um grito de terror.
Ou era o silêncio da noite, ou era a música que ouvia,
ou era a sentença da vida que me jogava a toa, à solidão
sem ter de ninguém o AMOR.
Bebi, bebi tanto,
até deixar que saisse do meu pensamento
a criatura que amo.
Bebi. Bebi demais
e não sei dizer como passei a noite.
Só sei dizer que no dia seguinte,
o meu cinzeiro estava cheio de cinzas,
as garrafas vazias e uma caneta sobre um poema.