Na terra, nossa existência,
Tem uma motivação,
Fomos feita na inocência ,
De uma costela de Adão.
Por isso tá explicado
Essa desesperação,
Sem um homem ao nosso lado,
Entramos em depressão.
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(Milla Pereira)
Amiga, pois tenho dó,
De mulher abandonada,
Pois é muito melhor só
Do que que mal acompanhada.
Mas, convenhamos, querida,
Que aquele moreno gostoso
Não pode faltar nesta vida
O seu beijo carinhoso.
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(Claraluna)
Deus nos fez seres gregários
Pra não vivermos sozinhos,
Já chegamos ao centenário,
Ninguém muda seus caminhos.
Na velhice é que sabemos
Quanto dói a solidão,
E assim sozinhos morremos
Com mágoas no coração.
É melhor ter um parceiro
Pra nossos pés esquentar,
Conversar, ser companheiro,
Um ao outro se amparar.
(Mira Ira)
Um ao outro se amparar,
Eu prefiro um cachorrinho,
É mais fácil de cuidar
E só fala um tiquinho.
Se eu pudesse escolher
Entre o homem e o animal,
Ficaria com o segundo
Pois é fiel e não faz mal.
(Mila Pereira)
Eu só quero amparar-me
Em seu meigo e doce abraço,
Para quando en cansar-me
de prender-me em outros laços.
Só você será capaz
De dar-me o que preciso,
Amá-lo cada vez mais
Recuperar meu juizo.
Vagando em outro caminhos
Eu feri meu coração,
Porém, Tendo seu caminho,
Eu recupero a razão.
(Claraluna)
Ó meninas injuriadas
Com esse bicho varão,
Não aprenderam, danadas,
Que eles dão a solução?
Podem ser chatos, ciumentos,
Mesmo quando são gagás,
Mas sem eles, o tormento,
É dificil suportar.
Deixa só aparecer,
sua primeira ruguinha,
Pra você se aperceber,
Que tá ficando velhinha.
Então mudam os valores,
É uma revolução,
Descobres outros primores
Que te impediam a visão.
Eu prefiro o meu velhinho,
Cavalheiro, elegante,
Que eu não deixo sozinho
Pra não perder meu galante.
Que me ama e me respeita,
Conhece tudo da vida,
Que em hora insuspeita
Me oferece margarida.
Abre-me a porta do carro,
Diz que sou sua mulher,
Que eu sou feita do barro,
Do barro que o homem quer.
Eu também já tive um cão
Que latia como ninguém,
Símbolo da solidão,
Que hoje mora no além.