Procurando por mim, encontrei você.
Perdido na bruma do tempo
entendi chegado o momento
de me buscar,
me encontrar.
Há muito tempo perdido
em tristes sofrimentos
sofridos,
em falsas ilusões,
paixões
em loucas noites de alcova
provas
dos meus desencontros.
Busquei-me na madrugada,
nada,
no burburinho da multidão
em vão,
nas noites escuras, vazias
e tão frias,
nos campos verdejantes
distantes,
na tentativa de me achar...
Buscar
nos rios e cascatas borbulhantes,
por instantes
a ilusão da espera
quimera...
No germinar de uma flor
a dor
de uma busca dorida.
Querida
porque este vazio
tão frio,
desta busca incessante,
constante,
esta procura por mim ?
Enfim,
quem sou afinal?
Fatal
e desnorteado em meu rumo
assumo
os anos de angústias vividos,
perdidos
de mim, dos encantos...
Prantos
de mil sonhos banidos,
adormecidos
no âmago de minh'alma,
sem calma
de ansiedades, dilemas,
problemas
de soluções indefinidas,
doloridas.
Nas sombras, desnorteado
passado
na busca fremente, vazia,
doentia...
E no frenesi, alucinado,
desvairado,
procurando por anos
os enganos.
A esmo pelo mundo,
vagabundo,
afinal lhe encontrei, querida.
Razão da procura de vida
finalmente me vejo,
em você amor,
encontrei a mim mesmo!