LEITURA: O PRATO DO DIA

A boa obra ficcional é aquela em que os dois polos – o de criação e o da recepção – vicejam acrescidos pela subjacência ao texto feito, lido e consumido, respectivamente. Muitas vezes o receptor atento diverge do que propõe o autor, e, à simples leitura, na hora da elaboração intelectiva, briga com a sugestão aparente ou implícita daquilo que está literariamente posto. É o convite à reflexão que se torna efetivo – a antítese que se corporifica, a dialética feita verdade na cuca do leitor. Na prática, que ninguém pretenda cobranças, porque a ação é de seu livre arbítrio. A finalística do texto é apenas sugerir que se reflita sobre tal ou qual assunto ou temática. O autor apenas fornece os ingredientes para a feitura do prato do dia. E é o receptor que vai digeri-lo. Tudo à sua moda e organismo...

– Do livro O CAPITAL DAS HORAS, 2014/15.

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